sexta-feira, 6 de agosto de 2010









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domingo, 1 de agosto de 2010

2. O ENSINO DE LITERATURA NA VISÃO DOS TEÓRICOS



A prática do ensino da literatura é um assunto sobre o qual vários teóricos vêm a algum tempo discutindo, com o objetivo de propor estratégias metodológicas que auxiliem e aprimorem o ensino da literatura e de sugerir alguns livros que despertem o interesse dos alunos pela leitura.
Segundo estes estudiosos, muito ainda têm que ser proposto e feito para alcançar as perspectivas, pois até mesmo pessoas de nível superior lêem pouco, talvez seja pela deficiência de leitura que se intensifica no ensino médio.
O foco da pesquisa em questão é analisar a crítica realizada por alguns autores sobre como a literatura no Ensino Médio é ensinada. De uma forma geral, percebe-se através de tais estudos, que se ministram a literatura de forma pesada e tradicional, sendo que o aluno tem a sensação de estar assistindo a mais uma aula de história, pois as aulas são ministradas de formas expositivas abordando estilos de épocas, panoramas históricos sem se deter diretamente na leitura de textos literários, tirando assim o prazer que o aluno possa ter ao ouvir falar em literatura.
Bordini descreve os documentos legais que regem o ensino no Brasil de um modo geral, bem como de modo específico sobre a Literatura, a qual se acha inserida na área de Língua Portuguesa, mostrando que com isso a literatura tem servido apenas como texto de estudo da linguagem. É esta a orientação predominante na maioria dos livros didáticos e na conduta de alguns professores que identificam ensino literário com analise gramatical, estudo dos estilos do ponto de vista estilístico, análise sintática ou levantamento de vocabulário. A autora ainda afirma que é por isso que a escola transforma obras de grandes escritores, como Machado de Assis, em verdadeiros suplícios para os jovens.

A escola não permite a entrada no mundo dos livros de forma completa e sim cortando aos pedaços, como no livro didático. Ensina-se literatura para aprender gramática, para revisar a História, a Sociologia, a Psicologia e para redigir melhor. Tornando-se matéria para adornar outras ciências, o texto literário descaracteriza e afasta de si o leitor. (BORDINI, 1989, p. 9)

Pode-se dizer, então, que o poder de sedução da literatura, que poderia contribuir para a formação do leitor geral, esvazia-se, principalmente, pela metodologia e didática aplicadas pelo professor em sala de aula, o que acarreta numa influência negativa sobre jovens leitores.
Nesse sentido, Bragatto Filho (1994), professor e técnico em educação, afirma que tem feito com freqüência trabalhos de assessoria pedagógica a professores do ensino fundamental, em favor do texto literário na conquista e formação do leitor mirim. O autor menciona que em suas experiências em sala de aula sempre que usou textos literários, teve índices de participação e entusiasmos muito bons, notando o desejo de continuidade dessas aulas por parte dos alunos
O autor ao considerar depoimentos de alguns educadores que afirmam que as crianças, na medida em que avança no processo de escolarização e na faixa etária, vão perdendo o prazer de ler diminuindo assim a relação com livros de literatura. Constata:

[...] Pode-se muito bem considerar tais depoimentos como reflexo do nada, do pouco ou do tortuoso que se opera pedagogicamente nas escolas para aproximar crianças e livros de literatura. Caminha-se em contrapartida, em direção daqueles resultados desanimadores, pois em verdade, mais se faz no sentido de distanciar criança e livro. (BRAGATTO FILHO, 1994, p.86)

Dessa forma, podemos observar que a causa do desinteresse dos alunos pela leitura de textos literários encontra-se nas más práticas metodológicas aplicadas nas aulas de leitura. Para formarmos leitores é necessário que sejamos leitores. Um professor formador precisa mostrar para seus alunos que é um leitor proficiente, por isso é importante que o discente sinta-se contagiado com a veemência do docente pela leitura, pelo prazer de novos conhecimentos, pois assim provavelmente ele conseguirá despertar em seu formando o mesmo entusiasmo e prazer em descobrir um mundo novo por meio da literatura.


2.1. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DOS TEXTOS LITERÁRIOS


Ler além de prazeroso é essencial e não apenas para aqueles que querem participar ativamente de uma sociedade e suas produções culturais tais como: pesquisa científica, técnica, filosofia e da própria arte literária e sim porque a sociedade em que vivemos é consumista, portanto faz muitos apelos através da linguagem escrita. Precisamos adquirir habilidades de leitura par a ler um jornal, assinar contratos de trabalho, ler anúncios de empregos, enfim, para todos aqueles que necessitam participar da sociedade moderna, onde seu código oficial é a escrita.
Por isso a leitura da literatura também é de suma importância, pois “ a literatura é uma forma de conhecimento da realidade que se serve da ficção e tem como meio de expressão a linguagem artisticamente elaborada”. (D’ ONOFRIO, 1990, p.9)
Conforme a autora Marisa Lajolo:

É á literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos e suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: O cidadão, para exerce plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisava ler muito. (LAJOLO, 1986 p. 104)

Cada leitor cria o universo de suas leituras individualmente, ao fazer novas leituras entra em contato com o novo texto, sendo capaz de fazer a intertextualidade com todas as leituras já feitas, desenvolvendo a competência do aluno enquanto leitor, capaz de interpretar, identificando a concordância ou não de um texto em relação a outro. Construindo assim as suas próprias impressões que irão nascer do seu diálogo com o texto.

[...] A história da literatura de um povo é a história das leituras de que foram objetos os livros que integram o corpus dessa literatura.
[...] O texto literário – mais do que qualquer outro - oportuniza leitura divergentes, há também o risco de que o peso e a autoridade das leituras de que ele foi objeto ao longo da historia silenciam as outras tantas leituras que ele virtualmente pôde e pode sustentar em outros leitores. ( LAJOLO, 1986 p. 107)

Dessa forma, temos o dever de proporcionar uma leitura prazerosa de literatura aos jovens para que eles não fiquem alheios ao seu próprio universo cultural, mas para que isso aconteça reafirma-se que é necessário que os profissionais responsáveis pela iniciação à leitura, devam ser bons leitores, ou seja, o professor precisa ler e não somente ler, como também tem que gostar e se envolver com a leitura.
O que podemos perceber a partir de leituras relacionadas a esse tema é que as práticas de leitura de textos literários estão sendo desvalorizadas e conseqüentemente há um desencontro entre leitura e literatura, esta aqui entendida em seu sentido estrito.
Certamente esse desencontro surge de leituras obrigatórias, cobranças exigências de atividades de leitura. Se considerarmos a natureza da literatura, podemos afirmar que, se o professor está comprometido com uma proposta inovadora e transformadora da nossa educação, ele encontrará no material literário (mesmo escasso) o recurso mais favorável para o alcance de seus objetivo.
2.2. O PAPEL DO PROFESSOR


Por outro lado se o professor não se compromete com processo de formação de leitores (ensino fundamental) e com o processo de continuidade dessa formação (ensino médio) ou então vai continuar acontecendo o que vemos no livro Literatura e Ensino uma Problemática de Maria Thereza Fraga Rocco onde em uma pesquisa piloto, confirma que a problemática se encontra no fato de que os adolescentes consideram as leituras de clássicos da literatura como “chato” ou “chatíssimos” por vários fatores, desde o nível de linguagem empregados nos textos como o enredo e até mesmo os aspectos materiais do livro como letras, capas, espessura. Tais características não atraem os leitores que afirmam ainda que só leem por ler ou por obrigação.

E em termo de ensino para adolescentes e pré-adolescentes, acredito não ser a obra literária distante no tempo a mais aconselhável para abordagem. Provavelmente essas faixas de idade deveriam primeiro entrar em contato com textos de sua época, de sua cultura e mais tarde, então passaria a trabalhar sobre outros tipos de textos que tivessem outras formas e fossem de outras épocas. (ROCCO, 1992, p.78)

Para isso é preciso que o professor saiba selecionar os livros para não acabar com o gosto de leitura dos alunos, assim far-se-á com que a leitura torne-se um hábito permanente e prazeroso e não temporário e obrigatório, para que assim, o leitor da literatura posa ampliar sua capacidade crítica e de compreensão, onde ele possa absorver novas informações e renová-las constantemente.
Conforme Paulo Freire (2003, p. 123) “A leitura do mundo revela, evidentemente, a inteligência do mundo que vem culturalmente e socialmente se constituindo. Revela também o trabalho individual de cada sujeito no próprio processo de assimilação da inteligência do mundo.”
Assim é necessário que o docente tenha sensibilidade para ver o gosto individual de leitura de cada discente e observar que os textos literários estão sendo trabalhados de forma aleatória, sem grande preocupação com a preferência de leitura do alunado, na maioria das vezes os textos usados em sala de aula não são compatíveis com a idade e o intelectual do aluno, isso faz com que ele se torne averso ao estudo dos textos literários.

O texto literário além de fornecer um prazer estético [...] é a fonte mais fascinante de conhecimento do real. Daí a função social da literatura que, ao par da filosofia, [...] embora por caminhos diferentes, induz o homem a refletir sobre os problemas existenciais. É por isso que a atividade literária, oral ou escrita, primitiva ou evoluída, é consubstancial à sociedade humana, não existindo povo sem literatura. (D’ ONOFRIO, 1990, p.10)

É preciso, portanto, um preparo anterior para que textos mais completos possam ser trabalhados com uma boa aceitação por parte dos leitores adolescentes e pré-adolescentes produzindo assim um efeito satisfatório entre o aluno e o texto.

Todos os livros favorecem a descoberta de sentidos, mas abrangente. Enquanto os textos informativos atêm-se aos fatos particulares, a literatura dá conta da totalidade do real, pois, representando o particular, logra atingir uma significação mais ampla (AGUIAR apud BORDINI, 1993, p13)

Por isso é fundamental a leitura da literatura, fazendo com que o leitor amplie seus sentidos. Uma obra literária pode ser entendida como uma tomada de consciência do mundo concreto, caracterizando-se pelo sentido humano dado a esse mundo pelo autor. Não aparecendo assim como somente um reflexo na mente, que se traduz em palavras, mas o resultado de uma interação ao mesmo tempo receptiva e criadora.
Vale ressaltar ainda que o conhecimento de obras literárias ajude na produção de textos, pois um bom embasamento literário poderá fazer com que na hora de escrever tenhamos bons conteúdos argumentativos e criativos.
Pois este conhecimento ajudara e muito um aluno em redações propostas em avaliações, vestibular ou concurso, porque a partir de um conhecimento literário mas profundo o sujeito poderá produzir um excelente texto utilizando toda sua bagagem cultural e adquirida em livros... Em uma redação de um vestibulando da Universidade Federal de Santa Catarina intitulada “Filhos, tê-los ou não tê-los?” publicada no livro Desmistificando a redação pode-se observar que o aluno tinha um bom conhecimento literário, pois em seu texto havia marcas da ironia machadiana e também remetia ao poema de Vinicius de Morais “Poema Enjoadinho”. Um simples exemplo como este reforça a importância da leitura da literatura no Ensino Médio.
Segundo Aguiar e Bordini, no ensino fundamental, são importante a constituição de um acervo de leitura, o mais vasto possível, explorando sua significação cultural. Já no Ensino Médio, a sistematização teórica do conhecimento literário poderá ser introduzida, mas isso não é fácil:

O que fazer com ou do texto literário em sala de aula funda-se,ou devia fundar-se em uma concepção de literatura muitas vezes deixada de lada em discussões pedagógicas. Estas de modo geral, afastam os problemas teóricos como irrelevantes ou elitistas diante da situação precária que diz-se, espera o professor de literatura numa classe de jovens. A precariedade de tal situação costuma-se resumida nos clichês e preconceitos que afloram quando vem a baila temas que relacionam jovem leitura, professor escola literatura e similares. (LAJOLO, 1994, p.11,12)

Sendo assim, para ensinar literatura é necessário mais que conhecimento dos textos literários, é preciso criatividade, pois a literatura não estagnou, está sempre em movimento e para que o aluno perceba a mudança, o professor tem que se atualizar, não dá para prender-se somente aos clássicos.

[...] A literatura fala de vários mundos: alguns parecidíssimos com o nosso, onde por exemplo tem gente que morre de fome nas ruas, e de mundos muito diferentes, onde vivem espíritos, anjos, energias e demônios. [...] A literatura, hoje parece estádio de futebol em dia de final de campeonato: sempre cabe mais um, e tem ate cambista vendendo ingresso para alguém chegar mais tarde. [...] Ao lado dos romances estéticos, da poesia de auto-ajuda, da ficção cientifica e do romance policial, continuam a serem lidos e apreciados os romances de antigamente, as novelas de cavalaria, os chamados clássicos, a poesia. (LAJOLO, 2001, p. 9,10)

Portanto se o mundo literário é tão rico e deslumbrante, por que não mostramos essa literatura que encanta ao invés da literatura desencantadora cheia de preocupação quanto ao comprimento do programa do curso, com peso de análise gramatical? Só depende do professor da forma como ele quer que o aluno veja o mundo da leitura e da literatura se professor mostrar a literatura gostosa como um estádio de futebol onde cabe gente de toda as cores e raças ricos e pobres fazendo com que o aluno veja que a leitura hoje esta

Dado que a matéria literária é fundida no ensino de linguagem, torna subsidiaria do mesmo. Portanto não há interesse especialmente literário no ensino de literatura. [...]
O ensino da linguagem visa a capacidade de usar a língua como instrumento de comunicação, enquanto o da literatura pretende acentuar o aspecto estilístico e moral da obra e desenvolver hábitos não profissionais de leitura. (COUTINHO, 1952, p, 24-25)

Com isso, a literatura fazendo parte da disciplina de português, fica simplesmente subordinada como objeto da língua portuguesa, marcando gravemente a formação literária dos alunos no Ensino Médio.
Coutinho afirma que as metodologias usadas no ensino de literatura não são adequadas:

Entre nós, o que é geral é o método expositivo, são exposições panorâmicas, em ordem cronológica, o mais dos casos reduzidos a um catalogo de nomes e títulos de obras, acompanhadas às vezes de dados bibliográficos, resumos de enredos ou classificação dos autores por escolas. Não será mal dizer que nada disso é Literatura. (COUTINHO, 1975, p. 118)

Ainda a esse respeito do questionamento dos métodos de ensino da Literatura, Gomes afirma:

Não se deve superestimar abordagem através dos estilos de época, que se transformou em camisa de forças para se enquadrarem autores e obras. Talvez se esteja caindo num novo erro. Com os estilos de época se está construindo uma “gramática” normativa da literatura para substituir a gramática normativa da língua no ensino de Português e Literatura (GOMES, 1976, p. 141)

Esse ensino tradicional de literatura com ênfase no comentário das características de cada “escola” literária está defasado e não contribui em nada para o processo de continuidade da formação de leitores.


2.3. A LITERATURA ALÉM DOS GRANDES AUTORES


O ensino da Literatura não pode ficar preso a fragmentos e a grandes autores como domínios fechados, cuja estética é estudada restritamente. Dantas considera que o texto literário deve ser trabalhado de forma mais livre possível, por isso não devemos deixá-lo preso a regras e roteiros a serem seguidos pois o aluno ao lê o texto deverá mostrar sua visão globalizada do que ele conseguiu enxergar naquela obra sem cobranças e sem visão pré definida deixando assim fluir a criatividade que a literatura proporciona aos leitores.

Para análise não significam um roteiro, uma ordem (...) deve-se buscar uma análise mais globalizante possível: centrando-se na criatividade do processo, atentando-se a vários aspectos importantes de outras ciências e compreender a obra como um fenômeno historico, portanto não se ignorando suas implicações como o contexto sociocultural. Do mesmo modo deve-se olhar a obra no conjunto de toda obra do autor focalizando em seu contexto literário (...) fugindo ao isolado (...) observando-se um conjunto cada vez maior: a época, outras épocas, o pais, o continente, a própria literatura universal, etc. (DANTAS 1982, p. 142)

Assim, Dantas mostra a história como instrumento de poder, que nos permite então dizer que é mais válido e fecundo estudar Literatura relacionando-a com a disciplina história, pois assim poderia despertar a consciência crítica no aluno, contribuir e orientar na leitura das obras literárias do que relacionadas somente a Língua Portuguesa.
O texto literário tem todo um universo a ser estudado não podendo assim ficar preso somente aos autores clássicos e consagrados, devemos ser críticos ao apresentarmos uma obra para nossos alunos não mostrando somente o que esta claro e sim esse universo globalizante de que fala DANTAS (supra citado) o texto literário deixa lacunas para ser preenchidas e a partir dessas lacunas é que vamos compreendendo a obra e todo seu fenômeno histórico e então contextualizando com a realidade vivida por nossos alunos tornaremos a obra atraente aos olhos de nossos leitores em formação.


2.4. O PROFESSOR DE LITERATURA X O ALUNO DO ENSINO MÉDIO


O ensino tradicional de Literatura, baseado na descrição de: estilos de época, gerações, autores e obras mais importantes, tornaram-se um meio tão comum nas escolas, que para alguns professores é praticamente impossível imaginar uma prática de ensino diferente dessa.
No ensino médio, as aulas de literatura acontecem através de práticas metodológicas pouco cativantes como: breve apresentação do movimento literário, exposição de datas, indicações de seus principais autores, contexto histórico, características próprias de cada movimento literário, apresentações de biografias, leituras de alguns textos ou fragmento de textos.
O aluno, desse nível escolar, em sua maioria participa desse processo de forma passiva apenas recebendo as informações transmitidas pelo professor, presumindo até então que ele seja o único que possui o conhecimento sobre o assunto, tendo uma visão do conjunto da literatura no tocante aos movimentos, biografias e obras.
A participação ativa do aluno se dá em alguma parte desse processo, quando o professor solicita que o discente responda algumas perguntas formuladas a propósito da leitura de um texto, que, geralmente, é proposto pelo material didático. Essas perguntas não exigem muito do aluno, pois na maioria dos casos limita-se a solicitar o reconhecimento do assunto principal do texto, ou identificação de figuras de linguagem no texto, bem como das principais características do estilo de época estudado.
Com isso o texto que deveria ser o centro das atividades de uma aula de literatura, acaba assumindo um papel secundário. O ensino de literatura no ensino médio não tem alcançado seus objetivos, pois não atinge o desenvolvimento das habilidades leitoras dos alunos, sendo que o docente limita-se a promover apropriação de um discurso didático sobre literatura.
Não se pode esquecer que o texto literário é um rico material tanto para aquisição de conhecimento, quanto para a discussão e reflexão em torno de temas que envolvam o estar do ser humano no mundo. Com essa variedade de temas globais o professor deve selecionar os textos adequados para trabalhar com cada faixa etária especifica fazendo com que o aluno se descubra nos textos lidos e então passe a gostar de lê-los sem precisar que seja cobrados isso deles.

As produções literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades básicas do ser humano, sobre tudo através dessa incorporação que enriquece a nossa visão do mundo. [...] Em todos esses casos ocorre humanização e enriquecimento da personalidade do grupo por meio de conhecimento oriundo da expressão submetida a uma ordem redentora da confusão. [...] A literatura desenvolve em nós a cota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensível e aberto para a natureza, a sociedade, o semelhante. (CANDIDO, 1989, p. 117)


Sendo assim, o termo humanização de que fala o estudioso, está em perfeita sintonia coma as novas concepções de ensino, comprometida com a formação para a cidadania. Contudo, não se pode ver nos textos literários apenas a sua camada ideológica, seu conteúdo. Partilhar como jovem a leitura de um texto literário é o mesmo que ensinar a ler, função básica das aulas de literatura e é ensiná-lo também que esse texto literário além de enriquecer o vocabulário de cada um desses jovens irá desenvolver neles essa cota de humanidade de que fala Cândido tornando-os mais compreensíveis e fazendo com que essa compreensão preencha todos os campos naturais e sociais.
Por esse motivo, não se pode perder de vista o fato de que toda atividade de leitura, principalmente, com jovens pode desenvolver habilidades para formação de um leitor competente e autônomo.





2.5 A LITERATURA NOS PARÂMENTROS CURRICULARES NACIONAIS


Com implantação da LDB 9394/96 foram conseguidas algumas importantes conquistas na reforma curricular do Ensino Médio. As disciplinas Língua, Literatura e Redação foram englobadas em um único contexto dentro dos PCN´S como área de conhecimento – Linguagem, Códigos e suas Tecnologias, assim a linguagem é vista de natureza transdisciplinar, regulando o meio social e permitindo o desenvolvimento das habilidades cognitivas dos alunos.
É necessário que o aluno seja preparado para situações práticas e cotidianas, pois só assim ele tornar-se-á um cidadão comprometido com a transformação do meio social em que está inserido.
Quanto ao que diz respeito aos PCN’s propõem uma aprendizagem baseada na diversidade textual, pois só uma leitura diversificada poderá formar um leitor competente. O documento classifica como leitor competente aquele que:


...sabe selecionar, dentre os textos que circulam socialmente aqueles que podem atender a suas necessidades, conseguindo estabelecer as estratégias adequadas para abordar tais textos. O leitor competente é capaz de ler nas entrelinhas, identificando, a partir do que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo relações entre o texto e seus conhecimentos prévios ou entre o texto e outros textos já lidos. (PCNs, 2000 p 54).






















3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO

Trata-se de uma pesquisa realizada em duas Escolas Públicas Estaduais de Ensino Médio localizadas na zona sudeste de Teresina sendo uma no turno diurno e outra noturno do Bairro Dirceu II onde pretendíamos verificar os processos metodológicos utilizados por professores de Língua Portuguesa nos primeiros e terceiros ano do Ensino Médio referente ao ensino da disciplina de Literatura e as práticas de leituras literárias que ocorrem no ambiente da sala de aula.
Para atingir tais objetivos fez-se necessário um estudo bibliográfico com autores que tratam da temática em questão dentre eles Bordini (1989), Coutinho (1915), Lajolo (2002) e outros.
O método utilizado foi descritivo e quantitativo, descritivo porque se trata de uma pesquisa de campo onde fomos observar as práticas metodológicas dos professores de literatura do ensino médio e quantitativo porque ocorreram através de questionários aplicados tanto aos professores pesquisados, no caso, dois professores da Rede Pública Estadual, quanto aos alunos dos respectivos professores somando um total de trinta e oito alunos sendo dezenove do primeiro ano do ensino médio diurno e dezenove do terceiro ano noturno também do ensino médio.


3.1 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADO


Os instrumentos utilizados foram um questionário para cada professor pesquisado, sendo estes, professores de Língua Portuguesa da rede Pública Estadual de ensino regular, composto de duas partes: a primeira de caráter informativo que visa levantar dados sobre o perfil profissional dos professores, seu trabalho, sua formação acadêmica, tempo de serviço que possui carga horária atual, situação funcional na escola e idade a segunda é composta de treze questões que nos possibilitaram pistas para avaliarmos suas metodológias e práticas de leitura de textos literários em sala de aula, tais questões estão relacionadas à elaboração do plano de aula, equipamentos e materiais utilizados, e ainda a respeito da leitura tanto do aluno quanto do professor, os gêneros textuais trabalhados em sala de aula com os alunos e maneira como são trabalhados esses gêneros e um questionário aplicado a dezenove alunos de cada docente pesquisado composto de duas partes a primeira de caráter informativo e a segunda relacionada às práticas de leituras utilizadas pelos professores em sala de aula e questões que envolvem o gosto dos alunos pela leitura e pelas as aulas de literatura a maioria das questões voltadas sempre para análise do foco principal de nossa pesquisa as práticas metodológicas de cada professor de literatura pesquisado.
Outro instrumento que também utilizamos em nosso trabalho foi à observação das práticas docentes, durante quatro meses estivemos em sala de aula fazendo o acompanhamento das aulas e das metodologias utilizadas pelos professores pesquisados. Também utilizamos o planejamento do docente que chamaremos de professor “A” que foi o único que nos cedeu o documento para análise do planejamento bimestral – foram observadas as metodologias especificadas por este professor em seu planejamento e ainda os recursos utilizados em suas aulas.



3.2. ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Cumprir as atividades previstas não foi nada fácil, pois muitos foram os empecilhos encontrados durante a nossa sondagem nas escolas. Alguns educadores mostraram-se preocupados e recusaram a presença da pesquisadora em sala de aula. Havendo recusa em responder o questionário que seria aplicado dificultando a realização desta pesquisa.
Essa preocupação levou-nos a evidenciar as necessidades de se discutirem os problemas e orientar os professores de Literatura quanto aos aspectos metodológicos que devem ser utilizados em uma aula de literatura onde o intuito é de despertar no aluno o prazer pela leitura de texto literários contribuindo assim, para o despertar do leitor critico que tanto se fala no meio acadêmico e que o mundo moderno e o mercado de trabalho exigem.
Portanto, esse trabalho teve como objetivo investigar as práticas metodológicas relacionadas ao ensino de literatura e ao processo de formação de leitores, discutindo métodos de ensino capazes de despertar no aluno o prazer pela leitura.
Para que o aluno passe a gostar da literatura é preciso que ele tenha contato efetivo integral, com a obra literária e não somente com fragmento de textos só assim ele poderá experimentar a sensação que a leitura do texto literário com todas as peculiaridades pode produzir no leitor ampliando seu conhecimento intelectual e de mundo. Ao analisarmos diferentes textos teóricos relacionados à literatura, notamos que há diferentes modos de abordagem sobre a questão do ensino de literatura mais de modo geral deixam transparecer as necessidades de criarem novas tecnologias no ensino dessas disciplinas.

[...] a favor do texto literário e na pretensão de estimular o gosto pela leitura defendemos a idéia de que é recomendável partir desse gênero, pois, pela linguagem sutil, bela e dinâmica com que se apresentam questões universais, podem despertar os interesses dos alunos conduzindo-os par o mundo do simbólico e da estética. É necessário que a escola adquira habilidades de selecionar, criteriosamente, os textos a serem trabalhados [...] (SOUSA, 2003 p.34)


Com isso, notamos a preocupação dos teóricos em relação ao estudo dos textos literários, pois sabemos que a literatura tem seu poder de sedução por ser uma atividade dinâmica e para que ela não se esvazie pelas distorções ocorridas no âmbito escolar é preciso que a escola use um critério de escolha de obras literárias que ajude no processo de formação de leitores, já que a escola é quem deve fazer esse papel de formar leitores é necessário que se faça de forma correta e agradável ou então teremos muitos decodificadores de textos literários e não leitores proficientes e capazes de ler e entender o que leu.


3.2.1. Análise dos dados dos professores


Em nossa pesquisa de modo geral verificamos que o ensino tradicional da literatura vigente em escolas de ensino médio no bairro Dirceu Arcoverde II é feita com ênfase em aulas expositivas fundamentadas em livros didáticos levando em conta abordagem cronológica, panoramas históricos, características de estilos de épocas sem se deter a leitura de textos literários.
Notamos também, o que a muito vem sendo discutido o ensino de a literatura dar-se-a de maneira fragmentada e abstrata, totalmente desvinculada da realidade do aluno sem uma análise critica do que esta sendo abordada ao analisar-mos o plano bimestral do professor que já dissemos que o chamaremos de professor “A” notamos um favorecimento a gramática tradicional e um distanciamento da literatura, sendo que sabemos que em documentos legais que regem o ensino no Brasil ( PCN’s ), a literatura acha-se inserida na área de língua portuguesa. E isso faz com que os textos literários na maioria das vezes sirvam com suporte para o ensino e análise da linguagem gramatical. Sabemos que essa é a orientação que predomina em alguns livros didáticos e na conduta de alguns professores que tem nele o único companheiro em sua missão de ensinar.
Como a pesquisa foi feita com dois professores analisaremos primeiro o questionário aplicado ao professor “A” e a parte que se refere à identificação sócio profissional deste professor.
I – Dados Pessoais:
1. Tempo de serviço
2. Carga horária atual
3. Situação funcional atual
4. Sexo
5. Idade
6. Nível de escolaridade
Eis o perfil do professor “A” leciona na rede pública estadual a mais de onze anos trabalha atualmente em uma carga horária excessiva de sessenta horas é funcionaria efetiva da rede Pública Estadual de Ensino de Teresina e de Caxias no Maranhão tem idade entre 31 e 40 anos e especialista na área de Literatura.


II - Sobre suas metodologias e práticas de leituras


1) Como elabora seu plano de aula?

A professora respondeu que ás vezes sozinhas e às vezes com a ajuda dos colegas. Notamos que a professora é bem organizada em relação à elaboração dos planos: aula, curso e bimestre. Pois ela nos cedeu seu plano de curso e de aula para análise e há uma ótima visibilidade de tudo o que ela prende fazer em suas aulas.

2) Quais os equipamentos e materiais didáticos utilizados na sala de aula?

O discente respondeu que livros, revistas, jornais, vídeo e som. No decorrer de nossa observação o professor utilizou vídeo mais em suas aulas práticas podemos observar que ela é muito dinâmica e criativa, pois durante o tempo em que a acompanhamos preparava os alunos para uma apresentação teatral da peça o auto da compadecida de Ariano Suassuna. Todos os materiais citados acima pela professora são necessários para que ocorram aulas dinâmicas e atraentes para os alunos.

3) Qual a importância da leitura na sua vida?

“A leitura, além de ser um meio de entretenimento, também nos mantém atualizados e possibilita a aprendizagem de novos conhecimentos”. A resposta nos pareceu muito pertinente, pois a discente é uma pessoa muito “antenada” com a realidade e utiliza isso em sua linguagem para despertar o interesse dos alunos. Em nossa observação podemos notar que ela procura sempre utilizar uma linguagem adequada ao público dela, no caso os adolescentes de quinze a dezoito anos e notamos que com isso ela consegue prender um pouco da atenção dos discentes.

4) Quantos livros em média você costuma ler por ano?

A professora respondeu que lê de um a quatro livros pareceu-nos uma resposta muito sincera, pois com a carga de sessenta horas de trabalho não deve lhe sobrar muito tempo para praticar leitura. Mas como ela uma formadora de leitores deveria práticar a leitura com mais freqüência para incentivar o gosto dos alunos pela leitura.

5) Quando você considera seu aluno um bom leitor?

A professora respondeu que quando ler fluente e compreende o que ler. Concordamos, pois para o individuo ser considerado um bom leitor é necessário que compreenda o que ler a leitura fluente é muito importante a partir do momento que não seja apenas decodificação. “A” acrescentou também que o bom leitor tem poder de argumentação e isso ocorre com certeza sendo que o bom leitor tem o conhecimento d mundo ampliado podendo assim defender seu ponto de vista.

6.) Na sua sala de aula tem alunos que não se interessam pela leitura?

“A” optou por sim, sendo que essa é a realidade da maioria das salas de aulas de todos nós professores. Mas nós como professores de lingua devemos fazer com que esses alunos passem a se interessarem mais pela leitura e poderemos fazer isso utilizando metodológias que chamem a atenção e desperte o interesse dos educandos.

7) Quando seu aluno não esta motivado ler, como você age para contornar a situação?

A esse respeito a professora afirmou fazer leituras engraçadas e divertidas. Durante nossa observação percebemos por algumas vezes os alunos apáticos desvinculados completamente do que estava ocorrendo na sala de aula e a professora só chamava atenção e continuava a atividade.

8.) Em sua opinião, por que o aluno apresenta dificuldades no ato da leitura?

A resposta foi por desinteresse. Talvez seja realmente desinteresse, mas não somente, alguns alunos se não são estimulados a prática de leitura com certeza terão uma grande dificuldade de compreensão deixando de lado a leitura já que não veem sentido no que estão lendo.

9.)Na condição de educador quais são as metodologias utilizadas por você para detectar as dificuldades do aluno ao ler?

Quanto as metodologias a resposta foi “ atividades voltadas a leituras e compreensão de textos, discussão em sala de aulas sobre temas lidos, ao aplicação de questionários, sondagem para detectar os avanços e dificuldades.”. Essas atividades de leituras e compreensão de textos geralmente com a cobrança de responder questionários é utilizadas por muitos professores e na maioria das vezes são atividades cansativas, certamente visa que o aluno ao responder as questões esteja compreendendo o texto mais o que ocorre frequentemente são somente atividades de cópias, pois a preocupação dele é só responder o questionário pouco importa o entendimento.

10.) Que gênero textual é oferecido ao seu aluno que facilite a aprendizagem da leitura?

Quanto a essa questão o marcou as alternativas: c, d, e especificando o gênero internet.O que podemos notar é uma enorme deficiência nos alunos do primeiro ano nesse sentido, pois eles não sabiam nem o conceito de gênero textual, onde poderiam encontrar os gêneros além de fazer uma enorme confusão com os tipos textuais demonstrando que conheciam apenas o narrativo e o argumentativo.

11) Como você está selecionando os textos literários a serem trabalhados em sala de aula?

A discente respondeu que por gosto dos alunos e por indicação do vestibular.

12) Como você está trabalhando esses textos literários em sala de aula?

A resposta foi leitura coletiva e debates. Fazer debate sobre o texto lido é muito interessante, pois mobiliza e faz com que todos participem e os discentes acabam fixando mais o texto de que se tivessem somente respondido questionários.

13). De que maneira esta conscientizando os alunos da importância do estudo da literatura par a formação de um cidadão critico-social?

A professora respondeu que ler é importante. A leitura é necessária para formação de um cidadão critico.

14). Você leva até seus alunos o que eles gostam de ler ou o que você acha interessante para eles. Explique.

“Normalmente levo livros que abordem os assuntos que tenham haver coma realidade e que sejam de interesse para faixa etária dos mesmos”. Na nossa observação podemos notar que a professora realmente gosta de discutir temas atuais que interesse o alunado os temas estão sempre voltados para o interesse e faixa etária .


3.2.2. Análise do planejamento do professor “A”

No primeiro ano do ensino médio diurno o que podemos observar através de analise aos planos de curso, livros didáticos e principalmente a metodologias utilizadas pelos professores é que, as aulas são voltadas para interpretações de textos, os conceitos que mais se trabalham são as características da linguagem literária e não literária, estudos nos gêneros textuais e literários, versificação e iniciação aos estilos de épocas, com uma introdução de forma genérica a literatura portuguesa, para apresentar o classicismo no Brasil...
No terceiro ano do ensino médio noturno da segunda escola pesquisa a três professores de língua portuguesa, eles fizeram um acordo entre si para cada professor ficar com uma disciplina que cada um tem mais afinidades (gramática – literatura e – redação) diferenciando-se assim da primeira escola e contrariando o que diz os PCN’s:
(...)
A nosso ver e segundo o depoimento do professor que chamamos de B com essa divisão só quem tem a ganhar são os alunos, pois apesar de ser apenas uma aula por semana em cada sala eles têm a chance de estudar os textos ou os fragmentos de textos voltados para uma análise mais criativa e desprovido das tortuosas análises sintáticas que sofrem os textos literários.
O professor B nos recebeu em sua sala de aula com muita atenção mais demonstrou um pouco de preocupação com nossa presença pois sempre que os alunos começavam a conversar ele chamava atenção dos alunos dizendo que estavam sendo analisado. O professor B apartir do momento em que entramos em sala de aula apresentou – nos aulas dinâmicas com leituras e debates com os textos lidos mais os alunos não participavam causando a impressão de que era a primeira vez que ele utilizava essa atividade em sua prática docente pouco era os alunos que perguntavam e davam seu ponto de vista a respeito do texto, mesmo assim ele não nos pareceu omisso quanto a respeito da questão da leitura pois logo ao chegarmos na sala ele estavam dando explicações de um roteiro de leitura que os alunos deveriam usar para lerem o livro Beira Rio Beira Vida do nosso grande escritor piauiense o qual temos grande admiração Assis Brasil e enfatizou que eles só conseguiriam responder o questionário se lessem o texto integral. Mas o que podemos perceber é que os alunos não dão muito valor coma leitura com algum tempo que o professor havia passar o trabalho perguntou se eles haviam lido a obra alguns disseram que sim, então o professor perguntou quem quebrava o ciclo de prostituição que havia na família de Cremilda eles responderam que foi a própria Cremilda ou então Luisa e nem lembravam o nome da outra personagem.
Como a clientela que temos hoje fica muito difícil fazermos nosso papel de formadores de leitores principalmente no Ensino Médio, sendo que a deficiência de leitura ocorre desde o Ensino Fundamental.
A metodologia do professor pode não ser muito atrativa, mais o discurso é bem interessante, pois ele não se cansa de falar da importância da leitura, mesmo que eles leiam mesmo as obras exigidas para o programa seriado de ingresso universidade PSIU. O docente fala que a leitura principalmente da literatura vai servir para expansão do conhecimento dos dicentes.
O questionário destinado para o professor B é o mesmo do professor A. De acordo com sua identificação sócio-profissional o professor B possui dez anos de serviço e atualmente está com a carga horária de vinte horas aulas professor efetivo do estado tem graduação completa e especialização na área de literatura e tem entre 41 e 50 anos de idade. Faremos as transcrições das e respostas dada pelos professores dando nosso ponto de vista a respeito da coerência das respostas que já que estivemos observando suas práticas por algum tempo.
Quanto a elaboração do plano de aula o professor respondeu que planeja suas aulas sozinhas o que torna sua resposta incoerente já que lê havia afirmado que questão de planejamento e notas tem que ser feita em conjunto com os professores de Língua pelo acordo firmado entre eles .
Em relação aos equipamentos e materiais utilizados na sala de aula o professor afirmou que utiliza retro-projetor, livro didático textos complementares e etc. Durante os dias de observação o professor utilizou somente os livros didáticos fazendo leituras coletivas dos textos presentes nos livros didáticos.
Sobre a questão da importância da leitura para o professor ele respondeu “A leitura possibilita a compreensão do conhecimento e abre os vários caminhos para o desenvolvimento critico do individuo.” Essa resposta é bem coerente pois em suas falas o docente sempre fala da importância da leitura enfatizando que a leitura os ajudará até na hora de uma elaboração de um currículo para uma vaga de emprego.
A respeito da quantidade de livros que o professor costuma ler por ano a resposta foi de nove a doze livros. Sendo verdadeira essa afirmação é conveniente salientarmos que o nível de leitura do professor está regular .
Na questão que trata de quando o professor considera seu aluno um bom leitor ele respondeu quando ler fluentemente e compreende o que ler essa resposta nos remete as idéias de Ingardem e Vodicka que :

[...] Entendem o processo concretização como interação do leitor com o texto, em que este atua como a pauta e tudo o que não diz e silencia cria vazios que forçam aquele a interferi criadoramente no texto, a dialogar com ele de igual para igual num ato de comunicação [...] (ISER, 1980 apud Bordini; Aguiar , 1993, p. 82)


Sendo que, a partir do momento que o professor afirma que alem de ler bem o aluno deve compreender ele esta firmando que o bom leitor certamente vai interferir no texto dando sua opinião critica a respeito do que leu preenchendo os vazios presentes no texto criando assim um dialogo texto – leitor.
Ao responder a questão relacionada sobre a existência de alunos em duas sala de ual que não se interessam pela leitura, a resposta foi sim. Em nossas conversas o professor sempre falou da falta de interesse da maioria dos alunos pela leitura afirmando que sempre que indica a leitura de um livro por menos espesso que seja eles reclamam muito e a maioria não chaga a ler o livro indicado a não ser que seja para responder algum questionário obrigatório.
Sobre a questão que trata de como o professor age quando os alunos não estão motivados a ler ele respondeu que faz leitura de textos engraçados e divertidos que ele as vezes leva como material de apoio para sala de aula. Presenciamos por algumas vezes, quando o professor pedia que eles fizessem alguma leitura e eles mostravam algum interesse “B” sempre contava uma historia de sua infância muitas das vezes relacionada coma leitura em questão, tornando assim a aula descontraída, mas não notamos leituras de textos complementares.
Já ao ser questionado sobre a questão na Condição de educador quais são as metodologias utilizadas para detectar as dificuldades do aluno ao ler, a resposta foi: “ leituras de textos em sala de aula, compreensão de textos lidos (dificuldades) leitura fluente, pronuncia correta das palavras.”
Como já havíamos afirmado “B” pedia que os alunos fizessem leituras coletivas e em seguida explicavam o texto fazendo pergunta para eles a respeito da leitura em questão.
Em relação aos gêneros textuais trabalhados para facilitar a aprendizagem de leitura o professor B marcou todos os itens e acrescentou poemas. Durante a sondagem em sala de aula presenciamos apenas a leitura de fábula e poemas presentes no livro didático.
Na questão sobre como esta selecionado os textos literários para trabalhar em sala de aula, ele respondeu que por estilos e épocas e de acordo com que podemos observa essa é a indicação do livro didático. E ainda a respeito de como trabalha os textos ele marcou os itens leituras coletivas e debates e leitura de gêneros diversificados. A resposta nos pareceu muito coerente sendo que ao lendo do nosso texto afirmamos que o professor utilizava a leitura coletiva e debates, já em relação aos gêneros diversificados, vimos apenas os presentes no livro didático.
Quanto a questão da maneira de como está conscientizando os alunos da importância do estudo da literatura para a formação de um cidadão critico social. Ele afirmou que o faz “como pessoas conscientes de transformação social”.
Na ultima questão onde pergunta se leva até os alunos o que eles gostam de ler ou o que ele acha interessante para eles. O professor respondeu que “o aluno a precisa apreender os vários textuais, uma vez que em um gênero ou outro ele e depara em seu cotidiano, por isso é importante lidar com esses discursos”. Deixando claro assim que ele mesmo escolhe os textos que seus alunos devem ler.

3.2.3. Analise dos dados dos alunos

Faremos análise dos dados coletados dos alunos durante nossa pesquisa nas duas Escolas Públicas Estaduais.
As escolas públicas em que desenvolvemos nossa pesquisa situam-se no Bairro Dirceu Arcoverde II, zona Sudeste da cidade de Teresina-PI.
Os alunos nelas matriculados moram quase que exclusivamente na Vila Verde Pantanal, Eugênia Ferraz, e Lucy, e no Conjunto Dirceu Arcoverde I e II.
Foram escolhidos aleatoriamente um total de 38 Sujeitos (alunos) sendo 19 do 1º ano do ensino médio que são discente do professor “A”, por esse motivo os trataremos de grupo “A” e 19 do 3º ano do ensino médio alunos do professor “B” que serão chamados de grupo “B”.
Os questionários aplicados aos grupos “A” e “B” são compostos de duas partes, sendo a primeira de caráter informativo, visando levantar dados sociais e econômicos dos sujeitos pesquisados para termos uma noção da estrutura familiar dos sujeitos. A segunda consiste de 15 questões relacionada a leitura e literatura, com isso pretendemos confrontar respostas dadas pelos as alunos com a dos professores verificando se há coerência nas respostas dadas pelos professores a respeito de suas práticas metodológicas.
Na primeira parte do questionário procuramos levantar dados pessoais dos sujeitos, não para fazermos uma análise da estrutura familiar e sim para sabemos que um pouco são nossos os alunos dos professores “A” professores do 1º ano do ensino Médio e do “B” professores do 3º ano do ensino Médio noturno da Escola Publica Estadual onde também fizemos nossa pesquisa.
Analisaremos agora os dados sociais e econômicos dos grupos “A” e “B”.
O grupo “A” alunos do professor “A” a maioria, ou seja, 80% dos alunos têm idade entre 14 e 16 anos e 20% tem idade entre 17 e 20 anos. Já o grupo “B” alunos do professor “B” tem idade bem diversificadas 20% tem de 17 a 20 anos, 30% 21 a 27 anos, 20% tem de 26 a 30 anos e 20% acima de 40 anos.
Em relação ao sexo, dos sujeitos pesquisados o grupo “A” foram 64% do público feminino e 36% masculino e grupo ”B” 60% feminino e 40% masculino.
Em relação a escolaridades dos pais dos alunos pesquisadores no grupo “A” 5% cursaram o ensino superior, 10% estudaram até o nono ano antigo fundamental maior, 10% concluíram o ensino médio, 25% chegaram ao ensino médio, mas não concluíram e 50% estudaram somente até o 5º ano, ou seja, fundamental menor,
Em relação ao grupo “B” e a escolaridade de seus pais 55% estudaram até o quinto ano, ou não estudaram nada, ou seja, são analfabetos, 25% concluíram o ensino médio, 15% o médio ensino médio incompleto e 5% cursaram o ensino superior.
As famílias do grupo “A são bem menores que as famílias do grupo “B”, o grupo 60% responderam que em sua casa moram de 2 a 4 pessoas e 40% 5 a 7 pessoas, já o grupo “B” 5% dos pesquisados afirmam que moram com mais 15 pessoas em uma única casa e 35% de 5 a 7 pessoas e 60% de 2 a 4 pessoas, isso nos revela que no mundo atual algumas pessoas ainda pensam antes de colocarem um filho no mundo.
Quanto a questão se eles trabalham o grupo 90% responderam que não trabalham e somente 10% trabalho em empregos informais com os pais no horário inverso ao da escola.
Em relação a 65% trabalham, e 35% não trabalham 2 turnos.
A renda da família do grupo “A” 5% responderam que ganham de 4 a 6 salários mínimos 40% afirmaram de 2 a 3 salários, o mesmo foi afirmado pelo grupo “B”.
As análises da condição sócio econômica dos sujeitos entrevistados revela alguns dados importantes. Primeiro que notamos que no grupo “A” há alunos com mais de 17 anos e no grupo “B” há alunos com mais de 40 anos. Essas diferenças nos fazem supor na possibilidade não apenas de repetências, mas também na interrupção dos estudos por gama de motivos como ter que trabalhar para sustentar a família, não tem como comprar o material escolar, o fardamento etc.
Outro dado relevante é a escolaridade dos pais o grupo “A” 50% cursaram somente até a 4º série atual 5º ano e no grupo “B” 55% deixam do claro apesar de não haver o item que alguns são analfabetos e que somente 5% chegaram ao ensino superior.
Notamos que a renda familiar é compatível com o nível de escolaridade dos pais, pois notamos que 50% dos pais tanto do grupo “A” como do grupo tem baixa nível de escolaridade.
Com esses resultados dos dados sócios – econômicos traçados um pouco do perfil dos alunos pesquisados e serão dados importantes para as informações sobre as práticas de leitura dos mesmos.


II. A respeito da leitura e da literatura
.
1º )Você gosta de ler?

O grupo “A” 90% responderam que sim e 10% responderam que não gostam de ler. No grupo “B” 85% afirmaram gostar de ler e 15% disseram que não gostam de ler. A questão não fazia nenhuma referência ao tipo de texto que se lê, com isso os estudantes posicionaram-se apenas como leitor ou não – leitor.

2º) O que você costuma lê regulamente?

No grupo “A” 5% responderam que gostam de ler jornais, 20% revista em geral, 20% romances 20% contos e crônicas e 35% disseram que gostam de ler outros textos 5% especificaram como. Bíblia e artigos da internet. No grupo”B” temos 45% de leitores de jornais, 5% diversificaram entre jornais, fábula, revista, e romances da literatura brasileira, 5% afirmaram gostar de ler somente romances e 45% revista em geral.
Em relação as respostas dadas a 2º questão notamos que os alunos confirmam a primeira resposta se gostam de ler, nos percebemos também que em relação aos gêneros literários propriamente ditos o interesses nos parece pequeno pois a penas 40% do grupo “A” e 10% do grupo afirmaram gostar de ler fábulas, crônicas e romances.
Consideramos ainda, sobre a 2º questão o percentual relativamente alto do grupo “A” ao marcarem o item “outros “. Os alunos que marcarem esse item, a grande maioria ou seja, 30% não especificaram o que gostam de ler.

3º) As obras literárias que você costuma lê são geralmente

Dentre os alunos do grupo “B” 15% afirmaram lê as obras que eles mesmo compram, 50% disseram lê as obras que o professor indica, 30% afirmaram que lêem apenas as leituras obrigatórias do currículo escolar e 5% afirmaram que nunca lêem obras integral somente fragmentos. Os alunos do grupo “A” 30% afirmaram que lêem o que o professor indica, 30% leituras obrigatórias do currículo escolar, 35% disseram ler obras que compram e 5% afirmaram que nunca lêem obra integral somente fragmentos e resumos dos textos.



4º) Cite algumas obras que você leu e gostou.

No grupo “A” 85% dos alunos responderam a questão 4 e 15% não responderam ou disseram não lembrar os nomes das obras, mas dentre as obras citadas temos: a bíblia, a arvore que deu dinheiro, os quadrinhos da Mônica, os miseráveis, Romeu e Julieta, os livros alguns alunos usavam metonímia o autor pela obra de monteiro lobato, e Vinicius de Moraes. Quem conta um conto aumenta um ponto, crepúsculo, Memórias Póstumas de Brás cubas, senhora, algumas fábulas, contos e o ateneu. No grupo “B” 50% não responderam ou fizeram confusão ao responder citando as escolas literárias como: Barroco, arcadismo e romantismo, e 50% citaram algumas obras muitas utilizando apenas o nome do autor sem citar a obra: Machado de Assis, Cecília Meireles, Monteiro Lobato, o autor Piauiense do Rêgo de Carvalho, e obras como Brás cubas, o segredo, o crime do Padre Amaro, senhora, cartas chilenas, e Beira Rio, Beira Vida.

5º) Foram leituras obrigatórias da escola?

70% dos alunos do grupo “A” responderam que não foram leituras obrigatórias da escola e 30% responderam que sim. No grupo “B” 55% a afirmaram que foram leituras obrigatórias e 45% disseram que não.
As questões 3, 4, e 5 tratam das leituras das obras literárias que tinham sido lidas pelos os alunos e o papel da escola e do professor já que envolve a escola como pessoa e espaço de formador e formação de leitores de obras literária. Por isso analisaremos-as em conjunto.
As respostas dadas a questão 3 revelam que tanto o grupo “A” como grupo “B” na maioria das vezes lêem obras literárias indicadas pelo o professor, mas também apontam um percentual muito bom a respeito da iniciativa pessoal na escola da obra a ser lida já que unindo os dois grupos 50% afirmam ler os livros que eles mesmo compram.
Já em relação à questão 4 e 5 que eles deveriam citar algumas obras que leram e gostaram e se foram ou não leituras obrigatórias da escola, pretendíamos com essa questão verificar até que ponto os alunos preferem ler obras que não foram indicadas pela escola e assim confirmarmos mais uma vez a resposta dada a primeira questão, se gostam ou não de ler. Os alunos do grupo “A” citaram algumas vezes as mesmas obras como os miseráveis e crepúsculo e 70% afirmaram que não foram leituras obrigatórias mas nos parece que foram leituras indicadas pela professora ou então uma grande coincidência. O grupo “B” 55% afirmaram que foram leituras obrigatórias e constatamos em nossa observação que sim, pois o professor “B” estava trabalhando com eles alguns autores piauienses e havia mandado que fizessem a leitura dos livros Beira – Rio, Beira – Vida de Assis Brasil, do autor brasileiro o crime do Padre Amaro de ______________________________. Com isso podemos está sim atuando com o agente formador de leitores de literatura. Pois, se o professor incentivar a leitura isso amplia as possibilidades de os alunos virem a fazer leituras de outras obras que não sejam obrigatórias.
Independente da forma como o professor conduz e desenvolve o projeto de leitura na escola em que trabalha ( roteiros, provas, debates, seminários, etc.) é relevante o papel que de desempenha como orientador de leitura e como formador de leitores e dos gosto literário.

6º) Qual sua atitude em relação ás obras indicadas pelo professor de literatura?

Esta questão nos permite verificar o grau de participação dos alunos às obras literárias indicadas pelos professores.
Tanto no grupo “A” como no grupo “B” 35% dos alunos responderam que lêem todas as obras indicadas pelo professor, 5% dos alunos do grupo “A” afirmou nunca lê as obras indicadas, 10% leem porque é obrigado para responder provas, apresentar seminários, ou responder roteiros proposto pelo professor e no grupo “B” 5% dos entrevistados afirmaram o mesmo. A nosso ver essa metodologia de leituras extra classe utilizadas pelos professores é muito proveitosa, sendo que o aluno se ver obrigado a ler para obter uma nota, e isso pode atrair o aluno se a leitura for prazerosa, pois ao começar a ler a leitura deixará de ser obrigatória e sim prazerosa e até divertida, resultando assim num número maior de alunos que lêem as obras indicadas. Ainda no que diz respeito a 6º questão, 50% dos alunos do grupo “A” 20% do grupo “B” afirmam ler quase todas as obras.

7º) Para você o que é literatura?

2% dos alunos do grupo “A” e 40% dos alunos do grupo “B” não responderam a esta pergunta. Essa omissão pode ser explicada pelo fato de a pergunta ser aberta, exigindo assim dos entrevistados um posicionamento pessoal, ou um conhecimento teórico necessitando de um esforço pessoal para redigir um enunciado coerente e consistente. Quanto aos alunos que responderam notamos uma grande confusão nas respostas vejamos algumas transcrições das respostas dadas pelos os alunos do grupo “A”.
Transcrição -1

“ É um jeito de se informar e interar os estudos mais a mais”.
Transcrição -2
“ É um modo maior de aprendizagem que serve também para educação”.
Transcrição – 4
“ É uma expressão textual que desperta sentimentos no ser humano”.
Transcrição- 5
“ É o estudo da vida e obras de autores e etc”.
D Aurélio: Literatura 1 Arte de compor trabalhos artístico em presa ou verso 2. O conjunto de trabalhos literários dum pais ou duma época por 20% .
Notamos nas respostas dadas aos alunos coerentes com o conceito acima eles responderam que literatura é arte que trabalha com apalavra e estuda a vida dos escritores de uma época. Em relação ao grupo 40% não responderam e 60% arriscaram a resposta vejamos:
Transcrição -1
“É ler bastante obras literárias”
Transcrição -2
“É tudo para o aluno”
Transcrição – 3
“São apenas contos que aconteceram no passado”
Transcrição – 4
“É Psicologia”
Transcrição – 05
“É um modo de se expressar e conhecer mais a leitura”
Dos 60% que responderam 20% afirmam que literatura é conhecer profundamente a vida e obra dos autores.
Essas respostas refletem na maneira como está sendo ensinada a literatura nas escolas, com uma grande exigência que aluno decore as características das escolas literárias e seus principais autores, sem levar em conta que a literatura não é apenas uma disciplina escolar, que ela está presente no nosso dia – a dia, como a música, o cinema, o teatro, a pintura e que com a literatura podemos ampliar o nosso conhecimento do mundo.



8º) Para você, o estudo da literatura será útil para:

Com essa questão procuramos examinar que sentido o estudo da literatura tem para o estudante de hoje.
As respostas dadas pelos os alunos do grupo “A” 45% afirmaram que a literatura será útil para ampliar os conhecimentos de mundo e 45% responderam que servirá para interpretar, compreender os textos e 10% para conhecer vida e obra dos principais autores. O grupo “B” 35% afirmaram que servirá para ampliar os conhecimentos de mundo, 35% conhecer vida e obra dos autores, 25% interpretar e compreender textos, 5% aprender estilos e épocas literárias.
Notamos com muita felicidade que 80% dentre todos os entrevistados a literatura servira para ampliar os conhecimentos e não somente para conhecer vida e obra dos autores, se a literatura servirá para ampliar os conhecimentos de mundo, significam dizer, que ela está relacionada com a cultura e o mundo atual, capacitando assim os estudantes a ler textos literários. E somente 5% dos pesquisados acreditam que a única utilidade da literatura é a memorização de nomes de autores e obras e a classificação desses autores em época e escolas literárias.
As diferenças encontradas nas respostas poderão estar relacionadas na metodologia dos professores, isto é, voltadas para sua formação acadêmica, suas concepções teóricas, experiências e principalmente a visão de literatura transmitida aos alunos.

9º) As aulas de literatura acontecem de que forma?

Essa questão nos forneceu elementos para mais uma vez verificamos a metodologia utilizada pelos professores em sala de aula. Tanto no grupo “A” como no grupo “B” a maioria das respostas dadas confirmam que verificamos durante nossa observação nas sala do professor “A” e “B”, pois 50% do grupo “A” e 40% do grupo “B” afirmaram que às aulas de literatura acontecem com leituras coletiva e a participação de todos. Já 30% tanto grupo “A” quanto do grupo “B” dizem que acontecem de forma divertida e itinerante confirmando as respostas dos professores “A” e “B” ao responderem a questão 13 do questionário ao professor que perguntava como os professores ajudando os alunos não estavam motivados a ter e ambos marcaram o item que dizia que faziam leituras engraçadas e divertias. E 20% do grupo “A” com 30% do grupo responderam que as aulas acontecem com discussões sobre os textos lidos, ou seja, com a participação de todos. As respostas dadas pelos estudantes nos mostra que a professores também estão interessados em fazer dos alunos cidadãos críticos, já que em suas aulas acontecem debates e discussões que fazem com que todos exponha seus pontos de vista.

10º) Seu professor de literatura exige que você:

Os alunos responderam que o professor de literatura valoriza três aspectos “compreender e interpretar valoriza três aspectos “compreender e interpretar os textos literários” ( 50% grupo “A”, 15% grupo “B” )”, identificarmos textos característicos de autor ou de um período ( 35% grupo “A”, 45% grupo “B”), fazer leituras freqüentes de obras literárias (15% grupo “A”, 15% grupo “B”). Os dos primeiros aspectos dizem respeito a preocupação com a memorização ( decorar) ou com o conhecimento das características estéticas literárias, o terceiro aspectos está relacionado a prática metodológica dos professores e com a preocupação em formar leitores de textos literários. O grupo “B” ainda optou pelo item que afirma que eles deveriam saber de cor o nome dos autores e obras item esse também voltado para o aspectos de memorização e que é muito utilizado por alguns dos professores de literatura.

11º) Qual é a aula que mais lhe agrada?

Com essa questão pretendíamos verificar se a disciplina de literatura e as metodologias utilizadas pelos professores e por nós observados agradavam aos estudantes.
Fazendo a união dos grupos A e B 50% dos estudantes entrevistados afirmaram gostar das aulas de literatura e 50% dividiram-se entre filosofia 30%, geografia 5%, historia 5%, biologia 10 e 10% afirmaram gostar de matemática, química e espanhol. Com percentual observamos que as aulas de literatura agradam muitos aos alunos e se isso ocorre certamente acontece uma grande apatia dos estudantes aos métodos utilizados pelos os professores.

12º) Seu professor de literatura incentiva você a fazer leituras extracurriculares?

Essa questão nos ajudou a traçar com mais clareza o perfil do professor, quanto formado de leitores.
No Grupo A 55% dos alunos disseram que sim e 45% afirmaram que não. Já no grupo B 80% afirmaram que o professor os incentivar a fazer leituras extra classe e 20% disseram que não. E se há esse incentivo por parte dos professores para que os estudantes leiam não somente o que é obrigatório e vai ser cobrado para notar e porque esses docentes estão realmente comprometidos com a formação de leitores proficientes e críticos.

13º) A forma de seu professor ensinar literatura é:

Esta questão é mais uma que nos serviu para verificar o nosso objetivo principal que a metodologia do professor, voltada sempre para o processo de formação de leitores.
Como já era de se esperar pelo perfil dos professores e dos alunos traçados ate aqui 50% dos estudantes do grupo A optaram pelo item simples e prazeroso e 45% do grupo B disseram o mesmo, 15% do grupo A disseram que é entediante e complexa e 5% do grupo afirmaram diante e complexa e 5% do grupo afirmaram o mesmo esse percentual da um total de 4 alunos dentre todos os entrevistados do grupo A e B e com certeza estão inserido no grupo dos que afirmaram não gostar de ler. 30% dos discentes do grupo A optaram pelo o item divertida e envolvente e 10% do grupo colheram a mesma opção, 5% do grupo disseram que a forma como o professor ensina literatura é simples, mas não consegue entender e 40% do grupo disseram a mesma coisa em relação a resposta do grupo B é compreensível, pois a maioria dos estudantes já tem acima de 25 anos passaram algum tempo sem estudar trabalham 2 turnos e ao voltarem não conseguem acompanhar o ritmo de quem não teve que parar de estudar não precisa trabalhar.

14º) Você gosta de literatura por quê?

Essa questão é aberta por esse motivo alguns alunos não responderam, e é também parecida com a questão 11, mas sentimos a necessidade de colocarmos nos questionários questões desse tipo para confirmarmos durante toda a analise se as respostas foram coerentes.
No grupo A 75% dos alunos afirmaram que gostam de literatura 10% disseram gostar mais ou menos 5% disseram não gostar de literatura porque é muito complicado e as palavras tem milhões de sentido em um único texto e 10% optaram por não responder. Dentre os alunos que responderam sim transcreveremos algumas respostas que nos pareceram muito pertinente ao tema trabalhado.
Transcrição 1
“Sim, porque podemos utilizar a literatura no nosso dia.”
Transcrição 2
“Sim, porque agente conhece mais sobre textos literários.”
Transcrição 3
“Sim, porque trabalha a leitura.”
Essas respostas nos mostram que 75% dos alunos do grupo A tem consciência de que a literatura não é apenas uma disciplina escolar e esta presente em nosso cotidiano.
No grupo B 50% responderam que gostam de literatura, mas não souberam dizer concretamente por quê. Vejamos:
Transcrição 1
“Sim. Porque ler é um exercício para mente e memória.”
Transcrição 2
“Sim, porque é interessante.”
Transcrição 3
“Sim, porque a literatura é muito importante hoje em dia.”
Dando continuação a analise da questão 14, 20% afirmaram não gostar de literatura por não conseguir entender e 30% não responderam.

15º) As aulas de literatura são agradáveis. Por quê?
Com esta questão pretendíamos mais uma vez verificar se a maneira com que o professor de literatura trabalha em sala de aula é uma forma que incentiva os alunos. 30% dos estudantes do grupo A responderam que as aulas são agradáveis porque a partir dos textos literários lidos eles conseguem fazer uma ótima e interpretação dos textos, 25% afirmaram que é porque aprendem muito sobre a vida e obras dos autores; 35% disseram que é agradável porque os textos literários são muito interessantes e 5% afirmaram gostar dos debates que acontecem nas aulas de literatura. Em relação ao grupo 5% marcaram o item não são agradáveis; 10% disseram que são agradáveis por os textos literários os fazem refletir sobre o dia – a dia; 45% disseram que os textos lidos são interessantes e 40% afirmaram que aprendem muito sobre a vida e obras dos autores. Com essas respostas podem notar que os professores pesquisados têm uma metodologia que agrada os alunos.


Referências

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_______________________ e AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: A formação do leitor: Alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.


BRAGATTO FILHO, Paulo. Pela leitura literária na escola de 1º Grau São Paulo: Ática 1994


CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura brasileira. 5. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp., 1975.

COUTINHO, Afrânio. O ensino da literatura. Departamento de Imprensa Nacional: Rio de Janeiro, 1975.

DANTAS, José Maria de Sousa. Didática da Literatura. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

D’ONOFRIO, Salvatore. Literatura Ocidental. São Paulo, Ática,1990.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 39. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

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LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para leitura de mundo. 3. ed. São Paulo:Ática 2002.

______________. Literatura: Leitores e Leitura. São Paulo: Moderna, 2001.

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SOUSA, Rosangela Pereira de. Práticas de leitura literária e formação do leitor no contexto escolar: o caso de uma escola pública da educação fundamental. Teresina, 2003

Leitura, literatura, ensino médio


2. O ENSINO DE LITERATURA NA VISÃO DOS TEÓRICOS



A prática do ensino da literatura é um assunto sobre o qual vários teóricos vêm a algum tempo discutindo, com o objetivo de propor estratégias metodológicas que auxiliem e aprimorem o ensino da literatura e de sugerir alguns livros que despertem o interesse dos alunos pela leitura.
Segundo estes estudiosos, muito ainda têm que ser proposto e feito para alcançar as perspectivas, pois até mesmo pessoas de nível superior lêem pouco, talvez seja pela deficiência de leitura que se intensifica no ensino médio.
O foco da pesquisa em questão é analisar a crítica realizada por alguns autores sobre como a literatura no Ensino Médio é ensinada. De uma forma geral, percebe-se através de tais estudos, que se ministram a literatura de forma pesada e tradicional, sendo que o aluno tem a sensação de estar assistindo a mais uma aula de história, pois as aulas são ministradas de formas expositivas abordando estilos de épocas, panoramas históricos sem se deter diretamente na leitura de textos literários, tirando assim o prazer que o aluno possa ter ao ouvir falar em literatura.
Bordini descreve os documentos legais que regem o ensino no Brasil de um modo geral, bem como de modo específico sobre a Literatura, a qual se acha inserida na área de Língua Portuguesa, mostrando que com isso a literatura tem servido apenas como texto de estudo da linguagem. É esta a orientação predominante na maioria dos livros didáticos e na conduta de alguns professores que identificam ensino literário com analise gramatical, estudo dos estilos do ponto de vista estilístico, análise sintática ou levantamento de vocabulário. A autora ainda afirma que é por isso que a escola transforma obras de grandes escritores, como Machado de Assis, em verdadeiros suplícios para os jovens.

A escola não permite a entrada no mundo dos livros de forma completa e sim cortando aos pedaços, como no livro didático. Ensina-se literatura para aprender gramática, para revisar a História, a Sociologia, a Psicologia e para redigir melhor. Tornando-se matéria para adornar outras ciências, o texto literário descaracteriza e afasta de si o leitor. (BORDINI, 1989, p. 9)

Pode-se dizer, então, que o poder de sedução da literatura, que poderia contribuir para a formação do leitor geral, esvazia-se, principalmente, pela metodologia e didática aplicadas pelo professor em sala de aula, o que acarreta numa influência negativa sobre jovens leitores.
Nesse sentido, Bragatto Filho (1994), professor e técnico em educação, afirma que tem feito com freqüência trabalhos de assessoria pedagógica a professores do ensino fundamental, em favor do texto literário na conquista e formação do leitor mirim. O autor menciona que em suas experiências em sala de aula sempre que usou textos literários, teve índices de participação e entusiasmos muito bons, notando o desejo de continuidade dessas aulas por parte dos alunos
O autor ao considerar depoimentos de alguns educadores que afirmam que as crianças, na medida em que avança no processo de escolarização e na faixa etária, vão perdendo o prazer de ler diminuindo assim a relação com livros de literatura. Constata:

[...] Pode-se muito bem considerar tais depoimentos como reflexo do nada, do pouco ou do tortuoso que se opera pedagogicamente nas escolas para aproximar crianças e livros de literatura. Caminha-se em contrapartida, em direção daqueles resultados desanimadores, pois em verdade, mais se faz no sentido de distanciar criança e livro. (BRAGATTO FILHO, 1994, p.86)

Dessa forma, podemos observar que a causa do desinteresse dos alunos pela leitura de textos literários encontra-se nas más práticas metodológicas aplicadas nas aulas de leitura. Para formarmos leitores é necessário que sejamos leitores. Um professor formador precisa mostrar para seus alunos que é um leitor proficiente, por isso é importante que o discente sinta-se contagiado com a veemência do docente pela leitura, pelo prazer de novos conhecimentos, pois assim provavelmente ele conseguirá despertar em seu formando o mesmo entusiasmo e prazer em descobrir um mundo novo por meio da literatura.


2.1. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DOS TEXTOS LITERÁRIOS


Ler além de prazeroso é essencial e não apenas para aqueles que querem participar ativamente de uma sociedade e suas produções culturais tais como: pesquisa científica, técnica, filosofia e da própria arte literária e sim porque a sociedade em que vivemos é consumista, portanto faz muitos apelos através da linguagem escrita. Precisamos adquirir habilidades de leitura par a ler um jornal, assinar contratos de trabalho, ler anúncios de empregos, enfim, para todos aqueles que necessitam participar da sociedade moderna, onde seu código oficial é a escrita.
Por isso a leitura da literatura também é de suma importância, pois “ a literatura é uma forma de conhecimento da realidade que se serve da ficção e tem como meio de expressão a linguagem artisticamente elaborada”. (D’ ONOFRIO, 1990, p.9)
Conforme a autora Marisa Lajolo:

É á literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos e suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: O cidadão, para exerce plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisava ler muito. (LAJOLO, 1986 p. 104)

Cada leitor cria o universo de suas leituras individualmente, ao fazer novas leituras entra em contato com o novo texto, sendo capaz de fazer a intertextualidade com todas as leituras já feitas, desenvolvendo a competência do aluno enquanto leitor, capaz de interpretar, identificando a concordância ou não de um texto em relação a outro. Construindo assim as suas próprias impressões que irão nascer do seu diálogo com o texto.

[...] A história da literatura de um povo é a história das leituras de que foram objetos os livros que integram o corpus dessa literatura.
[...] O texto literário – mais do que qualquer outro - oportuniza leitura divergentes, há também o risco de que o peso e a autoridade das leituras de que ele foi objeto ao longo da historia silenciam as outras tantas leituras que ele virtualmente pôde e pode sustentar em outros leitores. ( LAJOLO, 1986 p. 107)

Dessa forma, temos o dever de proporcionar uma leitura prazerosa de literatura aos jovens para que eles não fiquem alheios ao seu próprio universo cultural, mas para que isso aconteça reafirma-se que é necessário que os profissionais responsáveis pela iniciação à leitura, devam ser bons leitores, ou seja, o professor precisa ler e não somente ler, como também tem que gostar e se envolver com a leitura.
O que podemos perceber a partir de leituras relacionadas a esse tema é que as práticas de leitura de textos literários estão sendo desvalorizadas e conseqüentemente há um desencontro entre leitura e literatura, esta aqui entendida em seu sentido estrito.
Certamente esse desencontro surge de leituras obrigatórias, cobranças exigências de atividades de leitura. Se considerarmos a natureza da literatura, podemos afirmar que, se o professor está comprometido com uma proposta inovadora e transformadora da nossa educação, ele encontrará no material literário (mesmo escasso) o recurso mais favorável para o alcance de seus objetivo.
2.2. O PAPEL DO PROFESSOR


Por outro lado se o professor não se compromete com processo de formação de leitores (ensino fundamental) e com o processo de continuidade dessa formação (ensino médio) ou então vai continuar acontecendo o que vemos no livro Literatura e Ensino uma Problemática de Maria Thereza Fraga Rocco onde em uma pesquisa piloto, confirma que a problemática se encontra no fato de que os adolescentes consideram as leituras de clássicos da literatura como “chato” ou “chatíssimos” por vários fatores, desde o nível de linguagem empregados nos textos como o enredo e até mesmo os aspectos materiais do livro como letras, capas, espessura. Tais características não atraem os leitores que afirmam ainda que só leem por ler ou por obrigação.

E em termo de ensino para adolescentes e pré-adolescentes, acredito não ser a obra literária distante no tempo a mais aconselhável para abordagem. Provavelmente essas faixas de idade deveriam primeiro entrar em contato com textos de sua época, de sua cultura e mais tarde, então passaria a trabalhar sobre outros tipos de textos que tivessem outras formas e fossem de outras épocas. (ROCCO, 1992, p.78)

Para isso é preciso que o professor saiba selecionar os livros para não acabar com o gosto de leitura dos alunos, assim far-se-á com que a leitura torne-se um hábito permanente e prazeroso e não temporário e obrigatório, para que assim, o leitor da literatura posa ampliar sua capacidade crítica e de compreensão, onde ele possa absorver novas informações e renová-las constantemente.
Conforme Paulo Freire (2003, p. 123) “A leitura do mundo revela, evidentemente, a inteligência do mundo que vem culturalmente e socialmente se constituindo. Revela também o trabalho individual de cada sujeito no próprio processo de assimilação da inteligência do mundo.”
Assim é necessário que o docente tenha sensibilidade para ver o gosto individual de leitura de cada discente e observar que os textos literários estão sendo trabalhados de forma aleatória, sem grande preocupação com a preferência de leitura do alunado, na maioria das vezes os textos usados em sala de aula não são compatíveis com a idade e o intelectual do aluno, isso faz com que ele se torne averso ao estudo dos textos literários.

O texto literário além de fornecer um prazer estético [...] é a fonte mais fascinante de conhecimento do real. Daí a função social da literatura que, ao par da filosofia, [...] embora por caminhos diferentes, induz o homem a refletir sobre os problemas existenciais. É por isso que a atividade literária, oral ou escrita, primitiva ou evoluída, é consubstancial à sociedade humana, não existindo povo sem literatura. (D’ ONOFRIO, 1990, p.10)

É preciso, portanto, um preparo anterior para que textos mais completos possam ser trabalhados com uma boa aceitação por parte dos leitores adolescentes e pré-adolescentes produzindo assim um efeito satisfatório entre o aluno e o texto.

Todos os livros favorecem a descoberta de sentidos, mas abrangente. Enquanto os textos informativos atêm-se aos fatos particulares, a literatura dá conta da totalidade do real, pois, representando o particular, logra atingir uma significação mais ampla (AGUIAR apud BORDINI, 1993, p13)

Por isso é fundamental a leitura da literatura, fazendo com que o leitor amplie seus sentidos. Uma obra literária pode ser entendida como uma tomada de consciência do mundo concreto, caracterizando-se pelo sentido humano dado a esse mundo pelo autor. Não aparecendo assim como somente um reflexo na mente, que se traduz em palavras, mas o resultado de uma interação ao mesmo tempo receptiva e criadora.
Vale ressaltar ainda que o conhecimento de obras literárias ajude na produção de textos, pois um bom embasamento literário poderá fazer com que na hora de escrever tenhamos bons conteúdos argumentativos e criativos.
Pois este conhecimento ajudara e muito um aluno em redações propostas em avaliações, vestibular ou concurso, porque a partir de um conhecimento literário mas profundo o sujeito poderá produzir um excelente texto utilizando toda sua bagagem cultural e adquirida em livros... Em uma redação de um vestibulando da Universidade Federal de Santa Catarina intitulada “Filhos, tê-los ou não tê-los?” publicada no livro Desmistificando a redação pode-se observar que o aluno tinha um bom conhecimento literário, pois em seu texto havia marcas da ironia machadiana e também remetia ao poema de Vinicius de Morais “Poema Enjoadinho”. Um simples exemplo como este reforça a importância da leitura da literatura no Ensino Médio.
Segundo Aguiar e Bordini, no ensino fundamental, são importante a constituição de um acervo de leitura, o mais vasto possível, explorando sua significação cultural. Já no Ensino Médio, a sistematização teórica do conhecimento literário poderá ser introduzida, mas isso não é fácil:

O que fazer com ou do texto literário em sala de aula funda-se,ou devia fundar-se em uma concepção de literatura muitas vezes deixada de lada em discussões pedagógicas. Estas de modo geral, afastam os problemas teóricos como irrelevantes ou elitistas diante da situação precária que diz-se, espera o professor de literatura numa classe de jovens. A precariedade de tal situação costuma-se resumida nos clichês e preconceitos que afloram quando vem a baila temas que relacionam jovem leitura, professor escola literatura e similares. (LAJOLO, 1994, p.11,12)

Sendo assim, para ensinar literatura é necessário mais que conhecimento dos textos literários, é preciso criatividade, pois a literatura não estagnou, está sempre em movimento e para que o aluno perceba a mudança, o professor tem que se atualizar, não dá para prender-se somente aos clássicos.

[...] A literatura fala de vários mundos: alguns parecidíssimos com o nosso, onde por exemplo tem gente que morre de fome nas ruas, e de mundos muito diferentes, onde vivem espíritos, anjos, energias e demônios. [...] A literatura, hoje parece estádio de futebol em dia de final de campeonato: sempre cabe mais um, e tem ate cambista vendendo ingresso para alguém chegar mais tarde. [...] Ao lado dos romances estéticos, da poesia de auto-ajuda, da ficção cientifica e do romance policial, continuam a serem lidos e apreciados os romances de antigamente, as novelas de cavalaria, os chamados clássicos, a poesia. (LAJOLO, 2001, p. 9,10)

Portanto se o mundo literário é tão rico e deslumbrante, por que não mostramos essa literatura que encanta ao invés da literatura desencantadora cheia de preocupação quanto ao comprimento do programa do curso, com peso de análise gramatical? Só depende do professor da forma como ele quer que o aluno veja o mundo da leitura e da literatura se professor mostrar a literatura gostosa como um estádio de futebol onde cabe gente de toda as cores e raças ricos e pobres fazendo com que o aluno veja que a leitura hoje esta

Dado que a matéria literária é fundida no ensino de linguagem, torna subsidiaria do mesmo. Portanto não há interesse especialmente literário no ensino de literatura. [...]
O ensino da linguagem visa a capacidade de usar a língua como instrumento de comunicação, enquanto o da literatura pretende acentuar o aspecto estilístico e moral da obra e desenvolver hábitos não profissionais de leitura. (COUTINHO, 1952, p, 24-25)

Com isso, a literatura fazendo parte da disciplina de português, fica simplesmente subordinada como objeto da língua portuguesa, marcando gravemente a formação literária dos alunos no Ensino Médio.
Coutinho afirma que as metodologias usadas no ensino de literatura não são adequadas:

Entre nós, o que é geral é o método expositivo, são exposições panorâmicas, em ordem cronológica, o mais dos casos reduzidos a um catalogo de nomes e títulos de obras, acompanhadas às vezes de dados bibliográficos, resumos de enredos ou classificação dos autores por escolas. Não será mal dizer que nada disso é Literatura. (COUTINHO, 1975, p. 118)

Ainda a esse respeito do questionamento dos métodos de ensino da Literatura, Gomes afirma:

Não se deve superestimar abordagem através dos estilos de época, que se transformou em camisa de forças para se enquadrarem autores e obras. Talvez se esteja caindo num novo erro. Com os estilos de época se está construindo uma “gramática” normativa da literatura para substituir a gramática normativa da língua no ensino de Português e Literatura (GOMES, 1976, p. 141)

Esse ensino tradicional de literatura com ênfase no comentário das características de cada “escola” literária está defasado e não contribui em nada para o processo de continuidade da formação de leitores.


2.3. A LITERATURA ALÉM DOS GRANDES AUTORES


O ensino da Literatura não pode ficar preso a fragmentos e a grandes autores como domínios fechados, cuja estética é estudada restritamente. Dantas considera que o texto literário deve ser trabalhado de forma mais livre possível, por isso não devemos deixá-lo preso a regras e roteiros a serem seguidos pois o aluno ao lê o texto deverá mostrar sua visão globalizada do que ele conseguiu enxergar naquela obra sem cobranças e sem visão pré definida deixando assim fluir a criatividade que a literatura proporciona aos leitores.

Para análise não significam um roteiro, uma ordem (...) deve-se buscar uma análise mais globalizante possível: centrando-se na criatividade do processo, atentando-se a vários aspectos importantes de outras ciências e compreender a obra como um fenômeno historico, portanto não se ignorando suas implicações como o contexto sociocultural. Do mesmo modo deve-se olhar a obra no conjunto de toda obra do autor focalizando em seu contexto literário (...) fugindo ao isolado (...) observando-se um conjunto cada vez maior: a época, outras épocas, o pais, o continente, a própria literatura universal, etc. (DANTAS 1982, p. 142)

Assim, Dantas mostra a história como instrumento de poder, que nos permite então dizer que é mais válido e fecundo estudar Literatura relacionando-a com a disciplina história, pois assim poderia despertar a consciência crítica no aluno, contribuir e orientar na leitura das obras literárias do que relacionadas somente a Língua Portuguesa.
O texto literário tem todo um universo a ser estudado não podendo assim ficar preso somente aos autores clássicos e consagrados, devemos ser críticos ao apresentarmos uma obra para nossos alunos não mostrando somente o que esta claro e sim esse universo globalizante de que fala DANTAS (supra citado) o texto literário deixa lacunas para ser preenchidas e a partir dessas lacunas é que vamos compreendendo a obra e todo seu fenômeno histórico e então contextualizando com a realidade vivida por nossos alunos tornaremos a obra atraente aos olhos de nossos leitores em formação.


2.4. O PROFESSOR DE LITERATURA X O ALUNO DO ENSINO MÉDIO


O ensino tradicional de Literatura, baseado na descrição de: estilos de época, gerações, autores e obras mais importantes, tornaram-se um meio tão comum nas escolas, que para alguns professores é praticamente impossível imaginar uma prática de ensino diferente dessa.
No ensino médio, as aulas de literatura acontecem através de práticas metodológicas pouco cativantes como: breve apresentação do movimento literário, exposição de datas, indicações de seus principais autores, contexto histórico, características próprias de cada movimento literário, apresentações de biografias, leituras de alguns textos ou fragmento de textos.
O aluno, desse nível escolar, em sua maioria participa desse processo de forma passiva apenas recebendo as informações transmitidas pelo professor, presumindo até então que ele seja o único que possui o conhecimento sobre o assunto, tendo uma visão do conjunto da literatura no tocante aos movimentos, biografias e obras.
A participação ativa do aluno se dá em alguma parte desse processo, quando o professor solicita que o discente responda algumas perguntas formuladas a propósito da leitura de um texto, que, geralmente, é proposto pelo material didático. Essas perguntas não exigem muito do aluno, pois na maioria dos casos limita-se a solicitar o reconhecimento do assunto principal do texto, ou identificação de figuras de linguagem no texto, bem como das principais características do estilo de época estudado.
Com isso o texto que deveria ser o centro das atividades de uma aula de literatura, acaba assumindo um papel secundário. O ensino de literatura no ensino médio não tem alcançado seus objetivos, pois não atinge o desenvolvimento das habilidades leitoras dos alunos, sendo que o docente limita-se a promover apropriação de um discurso didático sobre literatura.
Não se pode esquecer que o texto literário é um rico material tanto para aquisição de conhecimento, quanto para a discussão e reflexão em torno de temas que envolvam o estar do ser humano no mundo. Com essa variedade de temas globais o professor deve selecionar os textos adequados para trabalhar com cada faixa etária especifica fazendo com que o aluno se descubra nos textos lidos e então passe a gostar de lê-los sem precisar que seja cobrados isso deles.

As produções literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades básicas do ser humano, sobre tudo através dessa incorporação que enriquece a nossa visão do mundo. [...] Em todos esses casos ocorre humanização e enriquecimento da personalidade do grupo por meio de conhecimento oriundo da expressão submetida a uma ordem redentora da confusão. [...] A literatura desenvolve em nós a cota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensível e aberto para a natureza, a sociedade, o semelhante. (CANDIDO, 1989, p. 117)


Sendo assim, o termo humanização de que fala o estudioso, está em perfeita sintonia coma as novas concepções de ensino, comprometida com a formação para a cidadania. Contudo, não se pode ver nos textos literários apenas a sua camada ideológica, seu conteúdo. Partilhar como jovem a leitura de um texto literário é o mesmo que ensinar a ler, função básica das aulas de literatura e é ensiná-lo também que esse texto literário além de enriquecer o vocabulário de cada um desses jovens irá desenvolver neles essa cota de humanidade de que fala Cândido tornando-os mais compreensíveis e fazendo com que essa compreensão preencha todos os campos naturais e sociais.
Por esse motivo, não se pode perder de vista o fato de que toda atividade de leitura, principalmente, com jovens pode desenvolver habilidades para formação de um leitor competente e autônomo.





2.5 A LITERATURA NOS PARÂMENTROS CURRICULARES NACIONAIS


Com implantação da LDB 9394/96 foram conseguidas algumas importantes conquistas na reforma curricular do Ensino Médio. As disciplinas Língua, Literatura e Redação foram englobadas em um único contexto dentro dos PCN´S como área de conhecimento – Linguagem, Códigos e suas Tecnologias, assim a linguagem é vista de natureza transdisciplinar, regulando o meio social e permitindo o desenvolvimento das habilidades cognitivas dos alunos.
É necessário que o aluno seja preparado para situações práticas e cotidianas, pois só assim ele tornar-se-á um cidadão comprometido com a transformação do meio social em que está inserido.
Quanto ao que diz respeito aos PCN’s propõem uma aprendizagem baseada na diversidade textual, pois só uma leitura diversificada poderá formar um leitor competente. O documento classifica como leitor competente aquele que:


...sabe selecionar, dentre os textos que circulam socialmente aqueles que podem atender a suas necessidades, conseguindo estabelecer as estratégias adequadas para abordar tais textos. O leitor competente é capaz de ler nas entrelinhas, identificando, a partir do que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo relações entre o texto e seus conhecimentos prévios ou entre o texto e outros textos já lidos. (PCNs, 2000 p 54).






















3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO

Trata-se de uma pesquisa realizada em duas Escolas Públicas Estaduais de Ensino Médio localizadas na zona sudeste de Teresina sendo uma no turno diurno e outra noturno do Bairro Dirceu II onde pretendíamos verificar os processos metodológicos utilizados por professores de Língua Portuguesa nos primeiros e terceiros ano do Ensino Médio referente ao ensino da disciplina de Literatura e as práticas de leituras literárias que ocorrem no ambiente da sala de aula.
Para atingir tais objetivos fez-se necessário um estudo bibliográfico com autores que tratam da temática em questão dentre eles Bordini (1989), Coutinho (1915), Lajolo (2002) e outros.
O método utilizado foi descritivo e quantitativo, descritivo porque se trata de uma pesquisa de campo onde fomos observar as práticas metodológicas dos professores de literatura do ensino médio e quantitativo porque ocorreram através de questionários aplicados tanto aos professores pesquisados, no caso, dois professores da Rede Pública Estadual, quanto aos alunos dos respectivos professores somando um total de trinta e oito alunos sendo dezenove do primeiro ano do ensino médio diurno e dezenove do terceiro ano noturno também do ensino médio.


3.1 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADO


Os instrumentos utilizados foram um questionário para cada professor pesquisado, sendo estes, professores de Língua Portuguesa da rede Pública Estadual de ensino regular, composto de duas partes: a primeira de caráter informativo que visa levantar dados sobre o perfil profissional dos professores, seu trabalho, sua formação acadêmica, tempo de serviço que possui carga horária atual, situação funcional na escola e idade a segunda é composta de treze questões que nos possibilitaram pistas para avaliarmos suas metodológias e práticas de leitura de textos literários em sala de aula, tais questões estão relacionadas à elaboração do plano de aula, equipamentos e materiais utilizados, e ainda a respeito da leitura tanto do aluno quanto do professor, os gêneros textuais trabalhados em sala de aula com os alunos e maneira como são trabalhados esses gêneros e um questionário aplicado a dezenove alunos de cada docente pesquisado composto de duas partes a primeira de caráter informativo e a segunda relacionada às práticas de leituras utilizadas pelos professores em sala de aula e questões que envolvem o gosto dos alunos pela leitura e pelas as aulas de literatura a maioria das questões voltadas sempre para análise do foco principal de nossa pesquisa as práticas metodológicas de cada professor de literatura pesquisado.
Outro instrumento que também utilizamos em nosso trabalho foi à observação das práticas docentes, durante quatro meses estivemos em sala de aula fazendo o acompanhamento das aulas e das metodologias utilizadas pelos professores pesquisados. Também utilizamos o planejamento do docente que chamaremos de professor “A” que foi o único que nos cedeu o documento para análise do planejamento bimestral – foram observadas as metodologias especificadas por este professor em seu planejamento e ainda os recursos utilizados em suas aulas.



3.2. ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Cumprir as atividades previstas não foi nada fácil, pois muitos foram os empecilhos encontrados durante a nossa sondagem nas escolas. Alguns educadores mostraram-se preocupados e recusaram a presença da pesquisadora em sala de aula. Havendo recusa em responder o questionário que seria aplicado dificultando a realização desta pesquisa.
Essa preocupação levou-nos a evidenciar as necessidades de se discutirem os problemas e orientar os professores de Literatura quanto aos aspectos metodológicos que devem ser utilizados em uma aula de literatura onde o intuito é de despertar no aluno o prazer pela leitura de texto literários contribuindo assim, para o despertar do leitor critico que tanto se fala no meio acadêmico e que o mundo moderno e o mercado de trabalho exigem.
Portanto, esse trabalho teve como objetivo investigar as práticas metodológicas relacionadas ao ensino de literatura e ao processo de formação de leitores, discutindo métodos de ensino capazes de despertar no aluno o prazer pela leitura.
Para que o aluno passe a gostar da literatura é preciso que ele tenha contato efetivo integral, com a obra literária e não somente com fragmento de textos só assim ele poderá experimentar a sensação que a leitura do texto literário com todas as peculiaridades pode produzir no leitor ampliando seu conhecimento intelectual e de mundo. Ao analisarmos diferentes textos teóricos relacionados à literatura, notamos que há diferentes modos de abordagem sobre a questão do ensino de literatura mais de modo geral deixam transparecer as necessidades de criarem novas tecnologias no ensino dessas disciplinas.

[...] a favor do texto literário e na pretensão de estimular o gosto pela leitura defendemos a idéia de que é recomendável partir desse gênero, pois, pela linguagem sutil, bela e dinâmica com que se apresentam questões universais, podem despertar os interesses dos alunos conduzindo-os par o mundo do simbólico e da estética. É necessário que a escola adquira habilidades de selecionar, criteriosamente, os textos a serem trabalhados [...] (SOUSA, 2003 p.34)


Com isso, notamos a preocupação dos teóricos em relação ao estudo dos textos literários, pois sabemos que a literatura tem seu poder de sedução por ser uma atividade dinâmica e para que ela não se esvazie pelas distorções ocorridas no âmbito escolar é preciso que a escola use um critério de escolha de obras literárias que ajude no processo de formação de leitores, já que a escola é quem deve fazer esse papel de formar leitores é necessário que se faça de forma correta e agradável ou então teremos muitos decodificadores de textos literários e não leitores proficientes e capazes de ler e entender o que leu.


3.2.1. Análise dos dados dos professores


Em nossa pesquisa de modo geral verificamos que o ensino tradicional da literatura vigente em escolas de ensino médio no bairro Dirceu Arcoverde II é feita com ênfase em aulas expositivas fundamentadas em livros didáticos levando em conta abordagem cronológica, panoramas históricos, características de estilos de épocas sem se deter a leitura de textos literários.
Notamos também, o que a muito vem sendo discutido o ensino de a literatura dar-se-a de maneira fragmentada e abstrata, totalmente desvinculada da realidade do aluno sem uma análise critica do que esta sendo abordada ao analisar-mos o plano bimestral do professor que já dissemos que o chamaremos de professor “A” notamos um favorecimento a gramática tradicional e um distanciamento da literatura, sendo que sabemos que em documentos legais que regem o ensino no Brasil ( PCN’s ), a literatura acha-se inserida na área de língua portuguesa. E isso faz com que os textos literários na maioria das vezes sirvam com suporte para o ensino e análise da linguagem gramatical. Sabemos que essa é a orientação que predomina em alguns livros didáticos e na conduta de alguns professores que tem nele o único companheiro em sua missão de ensinar.
Como a pesquisa foi feita com dois professores analisaremos primeiro o questionário aplicado ao professor “A” e a parte que se refere à identificação sócio profissional deste professor.
I – Dados Pessoais:
1. Tempo de serviço
2. Carga horária atual
3. Situação funcional atual
4. Sexo
5. Idade
6. Nível de escolaridade
Eis o perfil do professor “A” leciona na rede pública estadual a mais de onze anos trabalha atualmente em uma carga horária excessiva de sessenta horas é funcionaria efetiva da rede Pública Estadual de Ensino de Teresina e de Caxias no Maranhão tem idade entre 31 e 40 anos e especialista na área de Literatura.


II - Sobre suas metodologias e práticas de leituras


1) Como elabora seu plano de aula?

A professora respondeu que ás vezes sozinhas e às vezes com a ajuda dos colegas. Notamos que a professora é bem organizada em relação à elaboração dos planos: aula, curso e bimestre. Pois ela nos cedeu seu plano de curso e de aula para análise e há uma ótima visibilidade de tudo o que ela prende fazer em suas aulas.

2) Quais os equipamentos e materiais didáticos utilizados na sala de aula?

O discente respondeu que livros, revistas, jornais, vídeo e som. No decorrer de nossa observação o professor utilizou vídeo mais em suas aulas práticas podemos observar que ela é muito dinâmica e criativa, pois durante o tempo em que a acompanhamos preparava os alunos para uma apresentação teatral da peça o auto da compadecida de Ariano Suassuna. Todos os materiais citados acima pela professora são necessários para que ocorram aulas dinâmicas e atraentes para os alunos.

3) Qual a importância da leitura na sua vida?

“A leitura, além de ser um meio de entretenimento, também nos mantém atualizados e possibilita a aprendizagem de novos conhecimentos”. A resposta nos pareceu muito pertinente, pois a discente é uma pessoa muito “antenada” com a realidade e utiliza isso em sua linguagem para despertar o interesse dos alunos. Em nossa observação podemos notar que ela procura sempre utilizar uma linguagem adequada ao público dela, no caso os adolescentes de quinze a dezoito anos e notamos que com isso ela consegue prender um pouco da atenção dos discentes.

4) Quantos livros em média você costuma ler por ano?

A professora respondeu que lê de um a quatro livros pareceu-nos uma resposta muito sincera, pois com a carga de sessenta horas de trabalho não deve lhe sobrar muito tempo para praticar leitura. Mas como ela uma formadora de leitores deveria práticar a leitura com mais freqüência para incentivar o gosto dos alunos pela leitura.

5) Quando você considera seu aluno um bom leitor?

A professora respondeu que quando ler fluente e compreende o que ler. Concordamos, pois para o individuo ser considerado um bom leitor é necessário que compreenda o que ler a leitura fluente é muito importante a partir do momento que não seja apenas decodificação. “A” acrescentou também que o bom leitor tem poder de argumentação e isso ocorre com certeza sendo que o bom leitor tem o conhecimento d mundo ampliado podendo assim defender seu ponto de vista.

6.) Na sua sala de aula tem alunos que não se interessam pela leitura?

“A” optou por sim, sendo que essa é a realidade da maioria das salas de aulas de todos nós professores. Mas nós como professores de lingua devemos fazer com que esses alunos passem a se interessarem mais pela leitura e poderemos fazer isso utilizando metodológias que chamem a atenção e desperte o interesse dos educandos.

7) Quando seu aluno não esta motivado ler, como você age para contornar a situação?

A esse respeito a professora afirmou fazer leituras engraçadas e divertidas. Durante nossa observação percebemos por algumas vezes os alunos apáticos desvinculados completamente do que estava ocorrendo na sala de aula e a professora só chamava atenção e continuava a atividade.

8.) Em sua opinião, por que o aluno apresenta dificuldades no ato da leitura?

A resposta foi por desinteresse. Talvez seja realmente desinteresse, mas não somente, alguns alunos se não são estimulados a prática de leitura com certeza terão uma grande dificuldade de compreensão deixando de lado a leitura já que não veem sentido no que estão lendo.

9.)Na condição de educador quais são as metodologias utilizadas por você para detectar as dificuldades do aluno ao ler?

Quanto as metodologias a resposta foi “ atividades voltadas a leituras e compreensão de textos, discussão em sala de aulas sobre temas lidos, ao aplicação de questionários, sondagem para detectar os avanços e dificuldades.”. Essas atividades de leituras e compreensão de textos geralmente com a cobrança de responder questionários é utilizadas por muitos professores e na maioria das vezes são atividades cansativas, certamente visa que o aluno ao responder as questões esteja compreendendo o texto mais o que ocorre frequentemente são somente atividades de cópias, pois a preocupação dele é só responder o questionário pouco importa o entendimento.

10.) Que gênero textual é oferecido ao seu aluno que facilite a aprendizagem da leitura?

Quanto a essa questão o marcou as alternativas: c, d, e especificando o gênero internet.O que podemos notar é uma enorme deficiência nos alunos do primeiro ano nesse sentido, pois eles não sabiam nem o conceito de gênero textual, onde poderiam encontrar os gêneros além de fazer uma enorme confusão com os tipos textuais demonstrando que conheciam apenas o narrativo e o argumentativo.

11) Como você está selecionando os textos literários a serem trabalhados em sala de aula?

A discente respondeu que por gosto dos alunos e por indicação do vestibular.

12) Como você está trabalhando esses textos literários em sala de aula?

A resposta foi leitura coletiva e debates. Fazer debate sobre o texto lido é muito interessante, pois mobiliza e faz com que todos participem e os discentes acabam fixando mais o texto de que se tivessem somente respondido questionários.

13). De que maneira esta conscientizando os alunos da importância do estudo da literatura par a formação de um cidadão critico-social?

A professora respondeu que ler é importante. A leitura é necessária para formação de um cidadão critico.

14). Você leva até seus alunos o que eles gostam de ler ou o que você acha interessante para eles. Explique.

“Normalmente levo livros que abordem os assuntos que tenham haver coma realidade e que sejam de interesse para faixa etária dos mesmos”. Na nossa observação podemos notar que a professora realmente gosta de discutir temas atuais que interesse o alunado os temas estão sempre voltados para o interesse e faixa etária .


3.2.2. Análise do planejamento do professor “A”

No primeiro ano do ensino médio diurno o que podemos observar através de analise aos planos de curso, livros didáticos e principalmente a metodologias utilizadas pelos professores é que, as aulas são voltadas para interpretações de textos, os conceitos que mais se trabalham são as características da linguagem literária e não literária, estudos nos gêneros textuais e literários, versificação e iniciação aos estilos de épocas, com uma introdução de forma genérica a literatura portuguesa, para apresentar o classicismo no Brasil...
No terceiro ano do ensino médio noturno da segunda escola pesquisa a três professores de língua portuguesa, eles fizeram um acordo entre si para cada professor ficar com uma disciplina que cada um tem mais afinidades (gramática – literatura e – redação) diferenciando-se assim da primeira escola e contrariando o que diz os PCN’s:
(...)
A nosso ver e segundo o depoimento do professor que chamamos de B com essa divisão só quem tem a ganhar são os alunos, pois apesar de ser apenas uma aula por semana em cada sala eles têm a chance de estudar os textos ou os fragmentos de textos voltados para uma análise mais criativa e desprovido das tortuosas análises sintáticas que sofrem os textos literários.
O professor B nos recebeu em sua sala de aula com muita atenção mais demonstrou um pouco de preocupação com nossa presença pois sempre que os alunos começavam a conversar ele chamava atenção dos alunos dizendo que estavam sendo analisado. O professor B apartir do momento em que entramos em sala de aula apresentou – nos aulas dinâmicas com leituras e debates com os textos lidos mais os alunos não participavam causando a impressão de que era a primeira vez que ele utilizava essa atividade em sua prática docente pouco era os alunos que perguntavam e davam seu ponto de vista a respeito do texto, mesmo assim ele não nos pareceu omisso quanto a respeito da questão da leitura pois logo ao chegarmos na sala ele estavam dando explicações de um roteiro de leitura que os alunos deveriam usar para lerem o livro Beira Rio Beira Vida do nosso grande escritor piauiense o qual temos grande admiração Assis Brasil e enfatizou que eles só conseguiriam responder o questionário se lessem o texto integral. Mas o que podemos perceber é que os alunos não dão muito valor coma leitura com algum tempo que o professor havia passar o trabalho perguntou se eles haviam lido a obra alguns disseram que sim, então o professor perguntou quem quebrava o ciclo de prostituição que havia na família de Cremilda eles responderam que foi a própria Cremilda ou então Luisa e nem lembravam o nome da outra personagem.
Como a clientela que temos hoje fica muito difícil fazermos nosso papel de formadores de leitores principalmente no Ensino Médio, sendo que a deficiência de leitura ocorre desde o Ensino Fundamental.
A metodologia do professor pode não ser muito atrativa, mais o discurso é bem interessante, pois ele não se cansa de falar da importância da leitura, mesmo que eles leiam mesmo as obras exigidas para o programa seriado de ingresso universidade PSIU. O docente fala que a leitura principalmente da literatura vai servir para expansão do conhecimento dos dicentes.
O questionário destinado para o professor B é o mesmo do professor A. De acordo com sua identificação sócio-profissional o professor B possui dez anos de serviço e atualmente está com a carga horária de vinte horas aulas professor efetivo do estado tem graduação completa e especialização na área de literatura e tem entre 41 e 50 anos de idade. Faremos as transcrições das e respostas dada pelos professores dando nosso ponto de vista a respeito da coerência das respostas que já que estivemos observando suas práticas por algum tempo.
Quanto a elaboração do plano de aula o professor respondeu que planeja suas aulas sozinhas o que torna sua resposta incoerente já que lê havia afirmado que questão de planejamento e notas tem que ser feita em conjunto com os professores de Língua pelo acordo firmado entre eles .
Em relação aos equipamentos e materiais utilizados na sala de aula o professor afirmou que utiliza retro-projetor, livro didático textos complementares e etc. Durante os dias de observação o professor utilizou somente os livros didáticos fazendo leituras coletivas dos textos presentes nos livros didáticos.
Sobre a questão da importância da leitura para o professor ele respondeu “A leitura possibilita a compreensão do conhecimento e abre os vários caminhos para o desenvolvimento critico do individuo.” Essa resposta é bem coerente pois em suas falas o docente sempre fala da importância da leitura enfatizando que a leitura os ajudará até na hora de uma elaboração de um currículo para uma vaga de emprego.
A respeito da quantidade de livros que o professor costuma ler por ano a resposta foi de nove a doze livros. Sendo verdadeira essa afirmação é conveniente salientarmos que o nível de leitura do professor está regular .
Na questão que trata de quando o professor considera seu aluno um bom leitor ele respondeu quando ler fluentemente e compreende o que ler essa resposta nos remete as idéias de Ingardem e Vodicka que :

[...] Entendem o processo concretização como interação do leitor com o texto, em que este atua como a pauta e tudo o que não diz e silencia cria vazios que forçam aquele a interferi criadoramente no texto, a dialogar com ele de igual para igual num ato de comunicação [...] (ISER, 1980 apud Bordini; Aguiar , 1993, p. 82)


Sendo que, a partir do momento que o professor afirma que alem de ler bem o aluno deve compreender ele esta firmando que o bom leitor certamente vai interferir no texto dando sua opinião critica a respeito do que leu preenchendo os vazios presentes no texto criando assim um dialogo texto – leitor.
Ao responder a questão relacionada sobre a existência de alunos em duas sala de ual que não se interessam pela leitura, a resposta foi sim. Em nossas conversas o professor sempre falou da falta de interesse da maioria dos alunos pela leitura afirmando que sempre que indica a leitura de um livro por menos espesso que seja eles reclamam muito e a maioria não chaga a ler o livro indicado a não ser que seja para responder algum questionário obrigatório.
Sobre a questão que trata de como o professor age quando os alunos não estão motivados a ler ele respondeu que faz leitura de textos engraçados e divertidos que ele as vezes leva como material de apoio para sala de aula. Presenciamos por algumas vezes, quando o professor pedia que eles fizessem alguma leitura e eles mostravam algum interesse “B” sempre contava uma historia de sua infância muitas das vezes relacionada coma leitura em questão, tornando assim a aula descontraída, mas não notamos leituras de textos complementares.
Já ao ser questionado sobre a questão na Condição de educador quais são as metodologias utilizadas para detectar as dificuldades do aluno ao ler, a resposta foi: “ leituras de textos em sala de aula, compreensão de textos lidos (dificuldades) leitura fluente, pronuncia correta das palavras.”
Como já havíamos afirmado “B” pedia que os alunos fizessem leituras coletivas e em seguida explicavam o texto fazendo pergunta para eles a respeito da leitura em questão.
Em relação aos gêneros textuais trabalhados para facilitar a aprendizagem de leitura o professor B marcou todos os itens e acrescentou poemas. Durante a sondagem em sala de aula presenciamos apenas a leitura de fábula e poemas presentes no livro didático.
Na questão sobre como esta selecionado os textos literários para trabalhar em sala de aula, ele respondeu que por estilos e épocas e de acordo com que podemos observa essa é a indicação do livro didático. E ainda a respeito de como trabalha os textos ele marcou os itens leituras coletivas e debates e leitura de gêneros diversificados. A resposta nos pareceu muito coerente sendo que ao lendo do nosso texto afirmamos que o professor utilizava a leitura coletiva e debates, já em relação aos gêneros diversificados, vimos apenas os presentes no livro didático.
Quanto a questão da maneira de como está conscientizando os alunos da importância do estudo da literatura para a formação de um cidadão critico social. Ele afirmou que o faz “como pessoas conscientes de transformação social”.
Na ultima questão onde pergunta se leva até os alunos o que eles gostam de ler ou o que ele acha interessante para eles. O professor respondeu que “o aluno a precisa apreender os vários textuais, uma vez que em um gênero ou outro ele e depara em seu cotidiano, por isso é importante lidar com esses discursos”. Deixando claro assim que ele mesmo escolhe os textos que seus alunos devem ler.

3.2.3. Analise dos dados dos alunos

Faremos análise dos dados coletados dos alunos durante nossa pesquisa nas duas Escolas Públicas Estaduais.
As escolas públicas em que desenvolvemos nossa pesquisa situam-se no Bairro Dirceu Arcoverde II, zona Sudeste da cidade de Teresina-PI.
Os alunos nelas matriculados moram quase que exclusivamente na Vila Verde Pantanal, Eugênia Ferraz, e Lucy, e no Conjunto Dirceu Arcoverde I e II.
Foram escolhidos aleatoriamente um total de 38 Sujeitos (alunos) sendo 19 do 1º ano do ensino médio que são discente do professor “A”, por esse motivo os trataremos de grupo “A” e 19 do 3º ano do ensino médio alunos do professor “B” que serão chamados de grupo “B”.
Os questionários aplicados aos grupos “A” e “B” são compostos de duas partes, sendo a primeira de caráter informativo, visando levantar dados sociais e econômicos dos sujeitos pesquisados para termos uma noção da estrutura familiar dos sujeitos. A segunda consiste de 15 questões relacionada a leitura e literatura, com isso pretendemos confrontar respostas dadas pelos as alunos com a dos professores verificando se há coerência nas respostas dadas pelos professores a respeito de suas práticas metodológicas.
Na primeira parte do questionário procuramos levantar dados pessoais dos sujeitos, não para fazermos uma análise da estrutura familiar e sim para sabemos que um pouco são nossos os alunos dos professores “A” professores do 1º ano do ensino Médio e do “B” professores do 3º ano do ensino Médio noturno da Escola Publica Estadual onde também fizemos nossa pesquisa.
Analisaremos agora os dados sociais e econômicos dos grupos “A” e “B”.
O grupo “A” alunos do professor “A” a maioria, ou seja, 80% dos alunos têm idade entre 14 e 16 anos e 20% tem idade entre 17 e 20 anos. Já o grupo “B” alunos do professor “B” tem idade bem diversificadas 20% tem de 17 a 20 anos, 30% 21 a 27 anos, 20% tem de 26 a 30 anos e 20% acima de 40 anos.
Em relação ao sexo, dos sujeitos pesquisados o grupo “A” foram 64% do público feminino e 36% masculino e grupo ”B” 60% feminino e 40% masculino.
Em relação a escolaridades dos pais dos alunos pesquisadores no grupo “A” 5% cursaram o ensino superior, 10% estudaram até o nono ano antigo fundamental maior, 10% concluíram o ensino médio, 25% chegaram ao ensino médio, mas não concluíram e 50% estudaram somente até o 5º ano, ou seja, fundamental menor,
Em relação ao grupo “B” e a escolaridade de seus pais 55% estudaram até o quinto ano, ou não estudaram nada, ou seja, são analfabetos, 25% concluíram o ensino médio, 15% o médio ensino médio incompleto e 5% cursaram o ensino superior.
As famílias do grupo “A são bem menores que as famílias do grupo “B”, o grupo 60% responderam que em sua casa moram de 2 a 4 pessoas e 40% 5 a 7 pessoas, já o grupo “B” 5% dos pesquisados afirmam que moram com mais 15 pessoas em uma única casa e 35% de 5 a 7 pessoas e 60% de 2 a 4 pessoas, isso nos revela que no mundo atual algumas pessoas ainda pensam antes de colocarem um filho no mundo.
Quanto a questão se eles trabalham o grupo 90% responderam que não trabalham e somente 10% trabalho em empregos informais com os pais no horário inverso ao da escola.
Em relação a 65% trabalham, e 35% não trabalham 2 turnos.
A renda da família do grupo “A” 5% responderam que ganham de 4 a 6 salários mínimos 40% afirmaram de 2 a 3 salários, o mesmo foi afirmado pelo grupo “B”.
As análises da condição sócio econômica dos sujeitos entrevistados revela alguns dados importantes. Primeiro que notamos que no grupo “A” há alunos com mais de 17 anos e no grupo “B” há alunos com mais de 40 anos. Essas diferenças nos fazem supor na possibilidade não apenas de repetências, mas também na interrupção dos estudos por gama de motivos como ter que trabalhar para sustentar a família, não tem como comprar o material escolar, o fardamento etc.
Outro dado relevante é a escolaridade dos pais o grupo “A” 50% cursaram somente até a 4º série atual 5º ano e no grupo “B” 55% deixam do claro apesar de não haver o item que alguns são analfabetos e que somente 5% chegaram ao ensino superior.
Notamos que a renda familiar é compatível com o nível de escolaridade dos pais, pois notamos que 50% dos pais tanto do grupo “A” como do grupo tem baixa nível de escolaridade.
Com esses resultados dos dados sócios – econômicos traçados um pouco do perfil dos alunos pesquisados e serão dados importantes para as informações sobre as práticas de leitura dos mesmos.


II. A respeito da leitura e da literatura
.
1º )Você gosta de ler?

O grupo “A” 90% responderam que sim e 10% responderam que não gostam de ler. No grupo “B” 85% afirmaram gostar de ler e 15% disseram que não gostam de ler. A questão não fazia nenhuma referência ao tipo de texto que se lê, com isso os estudantes posicionaram-se apenas como leitor ou não – leitor.

2º) O que você costuma lê regulamente?

No grupo “A” 5% responderam que gostam de ler jornais, 20% revista em geral, 20% romances 20% contos e crônicas e 35% disseram que gostam de ler outros textos 5% especificaram como. Bíblia e artigos da internet. No grupo”B” temos 45% de leitores de jornais, 5% diversificaram entre jornais, fábula, revista, e romances da literatura brasileira, 5% afirmaram gostar de ler somente romances e 45% revista em geral.
Em relação as respostas dadas a 2º questão notamos que os alunos confirmam a primeira resposta se gostam de ler, nos percebemos também que em relação aos gêneros literários propriamente ditos o interesses nos parece pequeno pois a penas 40% do grupo “A” e 10% do grupo afirmaram gostar de ler fábulas, crônicas e romances.
Consideramos ainda, sobre a 2º questão o percentual relativamente alto do grupo “A” ao marcarem o item “outros “. Os alunos que marcarem esse item, a grande maioria ou seja, 30% não especificaram o que gostam de ler.

3º) As obras literárias que você costuma lê são geralmente

Dentre os alunos do grupo “B” 15% afirmaram lê as obras que eles mesmo compram, 50% disseram lê as obras que o professor indica, 30% afirmaram que lêem apenas as leituras obrigatórias do currículo escolar e 5% afirmaram que nunca lêem obras integral somente fragmentos. Os alunos do grupo “A” 30% afirmaram que lêem o que o professor indica, 30% leituras obrigatórias do currículo escolar, 35% disseram ler obras que compram e 5% afirmaram que nunca lêem obra integral somente fragmentos e resumos dos textos.



4º) Cite algumas obras que você leu e gostou.

No grupo “A” 85% dos alunos responderam a questão 4 e 15% não responderam ou disseram não lembrar os nomes das obras, mas dentre as obras citadas temos: a bíblia, a arvore que deu dinheiro, os quadrinhos da Mônica, os miseráveis, Romeu e Julieta, os livros alguns alunos usavam metonímia o autor pela obra de monteiro lobato, e Vinicius de Moraes. Quem conta um conto aumenta um ponto, crepúsculo, Memórias Póstumas de Brás cubas, senhora, algumas fábulas, contos e o ateneu. No grupo “B” 50% não responderam ou fizeram confusão ao responder citando as escolas literárias como: Barroco, arcadismo e romantismo, e 50% citaram algumas obras muitas utilizando apenas o nome do autor sem citar a obra: Machado de Assis, Cecília Meireles, Monteiro Lobato, o autor Piauiense do Rêgo de Carvalho, e obras como Brás cubas, o segredo, o crime do Padre Amaro, senhora, cartas chilenas, e Beira Rio, Beira Vida.

5º) Foram leituras obrigatórias da escola?

70% dos alunos do grupo “A” responderam que não foram leituras obrigatórias da escola e 30% responderam que sim. No grupo “B” 55% a afirmaram que foram leituras obrigatórias e 45% disseram que não.
As questões 3, 4, e 5 tratam das leituras das obras literárias que tinham sido lidas pelos os alunos e o papel da escola e do professor já que envolve a escola como pessoa e espaço de formador e formação de leitores de obras literária. Por isso analisaremos-as em conjunto.
As respostas dadas a questão 3 revelam que tanto o grupo “A” como grupo “B” na maioria das vezes lêem obras literárias indicadas pelo o professor, mas também apontam um percentual muito bom a respeito da iniciativa pessoal na escola da obra a ser lida já que unindo os dois grupos 50% afirmam ler os livros que eles mesmo compram.
Já em relação à questão 4 e 5 que eles deveriam citar algumas obras que leram e gostaram e se foram ou não leituras obrigatórias da escola, pretendíamos com essa questão verificar até que ponto os alunos preferem ler obras que não foram indicadas pela escola e assim confirmarmos mais uma vez a resposta dada a primeira questão, se gostam ou não de ler. Os alunos do grupo “A” citaram algumas vezes as mesmas obras como os miseráveis e crepúsculo e 70% afirmaram que não foram leituras obrigatórias mas nos parece que foram leituras indicadas pela professora ou então uma grande coincidência. O grupo “B” 55% afirmaram que foram leituras obrigatórias e constatamos em nossa observação que sim, pois o professor “B” estava trabalhando com eles alguns autores piauienses e havia mandado que fizessem a leitura dos livros Beira – Rio, Beira – Vida de Assis Brasil, do autor brasileiro o crime do Padre Amaro de ______________________________. Com isso podemos está sim atuando com o agente formador de leitores de literatura. Pois, se o professor incentivar a leitura isso amplia as possibilidades de os alunos virem a fazer leituras de outras obras que não sejam obrigatórias.
Independente da forma como o professor conduz e desenvolve o projeto de leitura na escola em que trabalha ( roteiros, provas, debates, seminários, etc.) é relevante o papel que de desempenha como orientador de leitura e como formador de leitores e dos gosto literário.

6º) Qual sua atitude em relação ás obras indicadas pelo professor de literatura?

Esta questão nos permite verificar o grau de participação dos alunos às obras literárias indicadas pelos professores.
Tanto no grupo “A” como no grupo “B” 35% dos alunos responderam que lêem todas as obras indicadas pelo professor, 5% dos alunos do grupo “A” afirmou nunca lê as obras indicadas, 10% leem porque é obrigado para responder provas, apresentar seminários, ou responder roteiros proposto pelo professor e no grupo “B” 5% dos entrevistados afirmaram o mesmo. A nosso ver essa metodologia de leituras extra classe utilizadas pelos professores é muito proveitosa, sendo que o aluno se ver obrigado a ler para obter uma nota, e isso pode atrair o aluno se a leitura for prazerosa, pois ao começar a ler a leitura deixará de ser obrigatória e sim prazerosa e até divertida, resultando assim num número maior de alunos que lêem as obras indicadas. Ainda no que diz respeito a 6º questão, 50% dos alunos do grupo “A” 20% do grupo “B” afirmam ler quase todas as obras.

7º) Para você o que é literatura?

2% dos alunos do grupo “A” e 40% dos alunos do grupo “B” não responderam a esta pergunta. Essa omissão pode ser explicada pelo fato de a pergunta ser aberta, exigindo assim dos entrevistados um posicionamento pessoal, ou um conhecimento teórico necessitando de um esforço pessoal para redigir um enunciado coerente e consistente. Quanto aos alunos que responderam notamos uma grande confusão nas respostas vejamos algumas transcrições das respostas dadas pelos os alunos do grupo “A”.
Transcrição -1

“ É um jeito de se informar e interar os estudos mais a mais”.
Transcrição -2
“ É um modo maior de aprendizagem que serve também para educação”.
Transcrição – 4
“ É uma expressão textual que desperta sentimentos no ser humano”.
Transcrição- 5
“ É o estudo da vida e obras de autores e etc”.
D Aurélio: Literatura 1 Arte de compor trabalhos artístico em presa ou verso 2. O conjunto de trabalhos literários dum pais ou duma época por 20% .
Notamos nas respostas dadas aos alunos coerentes com o conceito acima eles responderam que literatura é arte que trabalha com apalavra e estuda a vida dos escritores de uma época. Em relação ao grupo 40% não responderam e 60% arriscaram a resposta vejamos:
Transcrição -1
“É ler bastante obras literárias”
Transcrição -2
“É tudo para o aluno”
Transcrição – 3
“São apenas contos que aconteceram no passado”
Transcrição – 4
“É Psicologia”
Transcrição – 05
“É um modo de se expressar e conhecer mais a leitura”
Dos 60% que responderam 20% afirmam que literatura é conhecer profundamente a vida e obra dos autores.
Essas respostas refletem na maneira como está sendo ensinada a literatura nas escolas, com uma grande exigência que aluno decore as características das escolas literárias e seus principais autores, sem levar em conta que a literatura não é apenas uma disciplina escolar, que ela está presente no nosso dia – a dia, como a música, o cinema, o teatro, a pintura e que com a literatura podemos ampliar o nosso conhecimento do mundo.



8º) Para você, o estudo da literatura será útil para:

Com essa questão procuramos examinar que sentido o estudo da literatura tem para o estudante de hoje.
As respostas dadas pelos os alunos do grupo “A” 45% afirmaram que a literatura será útil para ampliar os conhecimentos de mundo e 45% responderam que servirá para interpretar, compreender os textos e 10% para conhecer vida e obra dos principais autores. O grupo “B” 35% afirmaram que servirá para ampliar os conhecimentos de mundo, 35% conhecer vida e obra dos autores, 25% interpretar e compreender textos, 5% aprender estilos e épocas literárias.
Notamos com muita felicidade que 80% dentre todos os entrevistados a literatura servira para ampliar os conhecimentos e não somente para conhecer vida e obra dos autores, se a literatura servirá para ampliar os conhecimentos de mundo, significam dizer, que ela está relacionada com a cultura e o mundo atual, capacitando assim os estudantes a ler textos literários. E somente 5% dos pesquisados acreditam que a única utilidade da literatura é a memorização de nomes de autores e obras e a classificação desses autores em época e escolas literárias.
As diferenças encontradas nas respostas poderão estar relacionadas na metodologia dos professores, isto é, voltadas para sua formação acadêmica, suas concepções teóricas, experiências e principalmente a visão de literatura transmitida aos alunos.

9º) As aulas de literatura acontecem de que forma?

Essa questão nos forneceu elementos para mais uma vez verificamos a metodologia utilizada pelos professores em sala de aula. Tanto no grupo “A” como no grupo “B” a maioria das respostas dadas confirmam que verificamos durante nossa observação nas sala do professor “A” e “B”, pois 50% do grupo “A” e 40% do grupo “B” afirmaram que às aulas de literatura acontecem com leituras coletiva e a participação de todos. Já 30% tanto grupo “A” quanto do grupo “B” dizem que acontecem de forma divertida e itinerante confirmando as respostas dos professores “A” e “B” ao responderem a questão 13 do questionário ao professor que perguntava como os professores ajudando os alunos não estavam motivados a ter e ambos marcaram o item que dizia que faziam leituras engraçadas e divertias. E 20% do grupo “A” com 30% do grupo responderam que as aulas acontecem com discussões sobre os textos lidos, ou seja, com a participação de todos. As respostas dadas pelos estudantes nos mostra que a professores também estão interessados em fazer dos alunos cidadãos críticos, já que em suas aulas acontecem debates e discussões que fazem com que todos exponha seus pontos de vista.

10º) Seu professor de literatura exige que você:

Os alunos responderam que o professor de literatura valoriza três aspectos “compreender e interpretar valoriza três aspectos “compreender e interpretar os textos literários” ( 50% grupo “A”, 15% grupo “B” )”, identificarmos textos característicos de autor ou de um período ( 35% grupo “A”, 45% grupo “B”), fazer leituras freqüentes de obras literárias (15% grupo “A”, 15% grupo “B”). Os dos primeiros aspectos dizem respeito a preocupação com a memorização ( decorar) ou com o conhecimento das características estéticas literárias, o terceiro aspectos está relacionado a prática metodológica dos professores e com a preocupação em formar leitores de textos literários. O grupo “B” ainda optou pelo item que afirma que eles deveriam saber de cor o nome dos autores e obras item esse também voltado para o aspectos de memorização e que é muito utilizado por alguns dos professores de literatura.

11º) Qual é a aula que mais lhe agrada?

Com essa questão pretendíamos verificar se a disciplina de literatura e as metodologias utilizadas pelos professores e por nós observados agradavam aos estudantes.
Fazendo a união dos grupos A e B 50% dos estudantes entrevistados afirmaram gostar das aulas de literatura e 50% dividiram-se entre filosofia 30%, geografia 5%, historia 5%, biologia 10 e 10% afirmaram gostar de matemática, química e espanhol. Com percentual observamos que as aulas de literatura agradam muitos aos alunos e se isso ocorre certamente acontece uma grande apatia dos estudantes aos métodos utilizados pelos os professores.

12º) Seu professor de literatura incentiva você a fazer leituras extracurriculares?

Essa questão nos ajudou a traçar com mais clareza o perfil do professor, quanto formado de leitores.
No Grupo A 55% dos alunos disseram que sim e 45% afirmaram que não. Já no grupo B 80% afirmaram que o professor os incentivar a fazer leituras extra classe e 20% disseram que não. E se há esse incentivo por parte dos professores para que os estudantes leiam não somente o que é obrigatório e vai ser cobrado para notar e porque esses docentes estão realmente comprometidos com a formação de leitores proficientes e críticos.

13º) A forma de seu professor ensinar literatura é:

Esta questão é mais uma que nos serviu para verificar o nosso objetivo principal que a metodologia do professor, voltada sempre para o processo de formação de leitores.
Como já era de se esperar pelo perfil dos professores e dos alunos traçados ate aqui 50% dos estudantes do grupo A optaram pelo item simples e prazeroso e 45% do grupo B disseram o mesmo, 15% do grupo A disseram que é entediante e complexa e 5% do grupo afirmaram diante e complexa e 5% do grupo afirmaram o mesmo esse percentual da um total de 4 alunos dentre todos os entrevistados do grupo A e B e com certeza estão inserido no grupo dos que afirmaram não gostar de ler. 30% dos discentes do grupo A optaram pelo o item divertida e envolvente e 10% do grupo colheram a mesma opção, 5% do grupo disseram que a forma como o professor ensina literatura é simples, mas não consegue entender e 40% do grupo disseram a mesma coisa em relação a resposta do grupo B é compreensível, pois a maioria dos estudantes já tem acima de 25 anos passaram algum tempo sem estudar trabalham 2 turnos e ao voltarem não conseguem acompanhar o ritmo de quem não teve que parar de estudar não precisa trabalhar.

14º) Você gosta de literatura por quê?

Essa questão é aberta por esse motivo alguns alunos não responderam, e é também parecida com a questão 11, mas sentimos a necessidade de colocarmos nos questionários questões desse tipo para confirmarmos durante toda a analise se as respostas foram coerentes.
No grupo A 75% dos alunos afirmaram que gostam de literatura 10% disseram gostar mais ou menos 5% disseram não gostar de literatura porque é muito complicado e as palavras tem milhões de sentido em um único texto e 10% optaram por não responder. Dentre os alunos que responderam sim transcreveremos algumas respostas que nos pareceram muito pertinente ao tema trabalhado.
Transcrição 1
“Sim, porque podemos utilizar a literatura no nosso dia.”
Transcrição 2
“Sim, porque agente conhece mais sobre textos literários.”
Transcrição 3
“Sim, porque trabalha a leitura.”
Essas respostas nos mostram que 75% dos alunos do grupo A tem consciência de que a literatura não é apenas uma disciplina escolar e esta presente em nosso cotidiano.
No grupo B 50% responderam que gostam de literatura, mas não souberam dizer concretamente por quê. Vejamos:
Transcrição 1
“Sim. Porque ler é um exercício para mente e memória.”
Transcrição 2
“Sim, porque é interessante.”
Transcrição 3
“Sim, porque a literatura é muito importante hoje em dia.”
Dando continuação a analise da questão 14, 20% afirmaram não gostar de literatura por não conseguir entender e 30% não responderam.

15º) As aulas de literatura são agradáveis. Por quê?
Com esta questão pretendíamos mais uma vez verificar se a maneira com que o professor de literatura trabalha em sala de aula é uma forma que incentiva os alunos. 30% dos estudantes do grupo A responderam que as aulas são agradáveis porque a partir dos textos literários lidos eles conseguem fazer uma ótima e interpretação dos textos, 25% afirmaram que é porque aprendem muito sobre a vida e obras dos autores; 35% disseram que é agradável porque os textos literários são muito interessantes e 5% afirmaram gostar dos debates que acontecem nas aulas de literatura. Em relação ao grupo 5% marcaram o item não são agradáveis; 10% disseram que são agradáveis por os textos literários os fazem refletir sobre o dia – a dia; 45% disseram que os textos lidos são interessantes e 40% afirmaram que aprendem muito sobre a vida e obras dos autores. Com essas respostas podem notar que os professores pesquisados têm uma metodologia que agrada os alunos.


Referências

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